Quem é o padre de Osasco e influencer indiciado por golpe de Estado
José Eduardo de Oliveira e Silva participou de reunião em 2022 para tratar de plano golpista, segundo a Polícia Federal
atualizado
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São Paulo — Pároco em Osasco, na Grande São Paulo, o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, de 43 anos, foi uma das 37 pessoas incluídas pela Polícia Federal (PF) no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado para evitar a posse do presidente Lula no atual mandato. Em fevereiro deste ano, ele foi alvo de operação deflagrada para cumprir mandados de busca e apreensão.
Influenciador digital, o religioso tem cerca de 425 mil seguidores no Instagram. Nas eleições presidenciais, ele posicionou uma bandeira do Brasil no altar da Paróquia São Domingos. Além disso, José Eduardo fez publicações antifeministas, fundou a escola Maria Mater e vende cursos.
“Rezem por mim”
Atualmente, o pároco está proibido de manter contato com os demais investigados e de deixar o país. Neste mês, José Eduardo lamentou a intimação da Polícia Federal para prestar depoimento em relação ao inquérito que investiga os envolvidos na tentativa de golpe de Estado no país, ocorrida em 8 de janeiro de 2023. “Rezem por mim”, escreveu o padre, nas redes sociais, no dia 6 de novembro.
No entanto, a notícia de que o padre estava entre os alvos da PF na mesma operação que mira o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi vista com surpresa por frequentadores da paróquia São Domingos. Ao Metrópoles, a maioria dos fiéis disse que José Eduardo é uma pessoa querida pela comunidade e discreto em posicionamentos políticos.
No Instagram, o religioso publicou uma imagem de uma bandeira do Brasil cobrindo o altar da paróquia, em 2 de outubro de 2022, dia da votação do primeiro turno das eleições presidenciais. Já em 8 de janeiro, dia da tentativa de golpe em Brasília, ele contou nas redes sociais a história bíblica de Absalão, filho do rei Davi que morreu em uma rebelião contra o próprio pai.
Padre golpista: a investigação
Na decisão que autorizou a operação de busca e apreensão, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que o clérigo integrava o “núcleo jurídico” do suposto grupo golpista.
“Como apontado pela autoridade policial, José Eduardo possui um site com seu nome no qual foi possível verificar diversos vínculos com pessoas e empresas já investigados em inquéritos correlacionados à produção e divulgação de notícias falsas’”, diz a decisão de Moraes.
De acordo com a PF, o padre integrou uma reunião no dia 19 de novembro de 2022, no Palácio do Planalto, para tratar do plano golpista. Ao Metrópoles, nesta quinta-feira (21/11), a defesa de José Eduardo negou a participação do cliente.