Influencer evangélico preso por estupro teria abusado de mais 3 fiéis
Victor Bonato, influencer acusado de estupro por três mulheres que frequentavam o Galpão, em Alphaville, teria feito seis vítimas; ele nega
atualizado
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São Paulo — Preso após ter sido acusado de estupro por três mulheres que frequentavam seu grupo religioso em Alphaville, bairro rico de Barueri, na Grande São Paulo, o influencer evangélico Victor Bonato, de 27 anos, teria abusado sexualmente de outras três vítimas, segundo fontes que acompanham a investigação. Elas ainda não procuraram a Polícia Civil porque estariam com medo.
Victor Bonato teve o mandato de prisão expedido no dia 20 de setembro pelo juiz Fabio Calheiros do Nascimento, da 2ª Vara Criminal de Barueri. No mesmo dia, ele foi detido pela polícia quando ele participava de um evento na cidade de Cesário Lange, no interior paulista. Por meio de suas advogadas, o influencer nega os crimes e afirma que provará sua inocência.
Na véspera de sua prisão, Bonato confessou ter cometido “pecados” e pediu “perdão às meninas” em um vídeo postado nas redes sociais. Ele disse ainda que o “erro” não foi do Galpão, o movimento evangélico que ele fundou em 2021 e era frequentado pelas vítimas em Alphaville (assista abaixo).
“Eu quero pedir perdão às meninas com quem eu falhei, que eu defraudei, que eu magoei, com quem eu não tive atitude de homem”, disse, em 19 de setembro. “Eu vim confessar para ficar claro que eu errei. E eu falhei, não o Galpão”, completou.
Também um dia antes da prisão do influencer, o Galpão emitiu uma nota afirmando que Bonato não fazia mais parte do movimento. Guilherme Lemes, outro líder do movimento, compartilhou um vídeo (assista abaixo), no início deste mês, no qual afirma que o grupo está passando por um “processo de reestruturação”, em que “pessoas saíram.”
Procurados para comentar sobre o caso de Victor Bonato, tanto Guilherme Lemes quanto o Galpão não retornaram até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
Prisão de influencer
A prisão de Victor Bonato foi decretada pelo juiz Fabio Calheiros do Nascimento, da 2ª Vara Criminal de Barueri, e cumprida pela Polícia Civil no mesmo dia.
Na decisão, o juiz afirma que as três vítimas frequentavam o Galpão em Alphaville e que conheceram Victor “como uma pessoa religiosa e correta”. Elas “desenvolveram algum grau de amizade” com o influencer, “a ponto de frequentar a casa dele”, até que “ele as abordou com intuito sexual.”
Ainda segundo a decisão, duas das vítimas “relatam que foram agredidas durante o ato sexual e obrigadas, mediante força, a fazer sexo oral no suspeito”.
“Todas as três vítimas disseram que foram persuadidas a aceitar ato libidinoso ou conjunção carnal, inclusive pela influência exercida pelo suspeito em razão de sua autoridade religiosa como um dos líderes do grupo e pela agressividade dele”, completa o juiz.
Defesa
As duas advogadas de defesa do influencer evangélico compartilharam uma nota, em uma rede social do pregador, afirmando que irão “comprovar a inocência dele.”
Graciele Queiroz, apontada na nota como especialista em “falsas acusações de abuso sexual”, e Samara Batista Santos chamam de “alegações injustas” as denúncias contra Bonato. As acusações foram feitas à polícia pelas vítimas — jovens com idades entre 19 e 24 anos.
“Mantemos nossa crença na presunção de inocência e no compromisso com a busca de verdade. Trabalharemos para assegurar a justiça e contestar alegações injustas”, diz a nota.
As advogadas afirmam que vão trabalhar para “provar a inocência” do influenciador evangélico. Ambas acrescentam compreender “a sensibilidade do caso” e enfatizam “o respeito ao devido processo legal”.