Incêndios em SP: agro sofrerá prejuízo de R$ 1 bilhão, diz Tarcísio
Segundo Tarcísio, foram mais de 20 mil hectares atingidos pelos incêndios, principalmente áreas de lavouras. Prejuízo deve ser bilionário
atualizado
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São Paulo — O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou, na manhã desta segunda-feira (26/8), que os prejuízos provocados pelos incêndios que atingem o interior paulista devem passar de R$ 1 bilhão.
“Difícil estimar os prejuízos, mas diria que vão passar a casa de R$ 1 bilhão, seguramente. O que aconteceu tem um efeito devastador [no agronegócio], muito triste e nós vamos apoiar o agronegócio. Vamos avaliar os prejuízos juntos aos produtores e sindicatos rurais e entrar estendendo a mão, porque a gente sabe o quanto o agronegócio é fundamental para o estado de São Paulo”, disse Tarcísio, em entrevista ao GloboNews.
No domingo (25), o governo lançou um pacote de ações destinado aos produtores rurais afetados pelos incêndios florestais, que prevê R$ 10 milhões de financiamento emergencial.
Segundo o governo, o produtor afetado terá acesso a R$ 50 mil, com juro zero, para custeio emergencial, como despesas de manutenção e recuperação da produção, por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap). A subvenção tem como objetivo amenizar os impactos das perdas de produção causadas pelas queimadas.
De acordo com Tarcísio, foram mais de 20 mil hectares atingidos pelas queimadas, sendo predominantemente áreas de lavouras. Também houve prejuízos em áreas de conservação, florestas e estações experimentais.
“Houve um esforço de combate muito grande que envolveu várias agências governamentais. As Forças Armadas e os bombeiros continuam mobilizados em trabalhos preventivos, porque o tempo seco vai voltar. [O foco é a] proteção de áreas residenciais, industriais e de conservação”, afirmou o governador.
Causas dos incêndios
Segundo Tarcísio, são três os fatores que levaram aos incêndios que deixaram 48 cidades em alerta máximo e o estado em situação de emergência. O primeiro, são as condições climáticas. “Ventos fortes, baixíssima umidade relativa do ar, estiagem prolongada e muito calor. Então, qualquer coisa gerava uma ignição. Qualquer coisa, um caco de vidro, um alumínio que pode provocar ignição e começar esses incêndios”, disse.
Na manhã desta segunda-feira, o governador também mencionou os incêndios criminosos — três suspeitos foram presos em flagrante até o momento, um em São José do Rio Preto, outro em Batatais e o terceiro em Porto Ferreira. “Vamos aprofundar as investigações para identificar a motivação”, afirmou Tarcísio. No entanto, o governador não acredita haver uma ação coordenada.
O homem preso em Batatais é integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) e chegou a gravar vídeo comemorando a ação criminosa, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP).
A PM prendeu Alessandro Arantes, de 42 anos, no momento em que ateava fogo em uma área de mata em Batatais, na região de Franca. Segundo a polícia, uma equipe do 15º Batalhão foi acionada por moradores, que viram a ação do criminoso e fizeram a denúncia.
Cidades em alerta máximo
- Monte Alegre do Sul
- Alumínio
- Santo Antônio do Aracanguá
- Piracicaba
- Pontal
- Monte Azul Paulista
- Sertãozinho
- Torrinha
- Santo Antônio da Alegria
- Nova Granada
- Iacanga
- Taquarituba
- Coronel Macedo
- Ubarana
- Pompeia
- Boa Esperança do Sul
- Pitangueiras
- Salmourão
- Lucélia
- Poloni
- Dourado
- Sabino
- Jaú
- Pirapora do Bom Jesus
- Itápolis
- Itirapina
- Bernardino de Campos
- São Simão
- Presidente Epitácio
- Bebedouro
- Bananal
- São Luís do Paraitinga
- Ibitinga
- Tabatinga
- Brodowski
- Luís Antônio
- Pedregulho
- Tambaú
- Urupês
- Turiúba
- Arealva
- Pradópolis
- Altinópolis
- Paulo de Faria
- Águas da Prata
- Morro Agudo
- Batatais
- Barrinha
Dois mortos
Na sexta-feira (23/8), dois funcionários de uma usina morreram após tentarem combater um incêndio em Urupês, no interior de São Paulo, segundo a Defesa Civil.
De acordo com a SSP, as vítimas, de 30 e 48 anos, estavam em um caminhão tentando apagar um foco de incêndio em uma área de pasto, quando o motorista perdeu o controle, ocasionando o vazamento de combustível que resultou no incêndio do veículo.
Os dois trabalhavam como brigadistas na usina.