IML identifica 60 dos 62 mortos no acidente com avião da VoePass em SP
Trinta corpos de vítimas de tragédia aérea foram liberados para que familiares realizem enterros. Dois corpos seguem sem identificação
atualizado
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São Paulo – A força-tarefa do Instituto Médico Legal (IML) Central da capital paulista já identificou 60 dos 62 mortos no acidente aéreo com o avião da VoePass em Vinhedo, no interior de São Paulo, ocorrido na última sexta-feira (9/8). A atualização mais recente foi divulgada na noite desta quarta-feira (14/8).
A maioria dos corpos foi identificada por coleta de digitais (exames papiloscópicos), testes odontolegais e antropológicos. Entre os métodos utilizados estão a comparação de arcadas dentárias dos cadáveres e técnicas antropológicas, que levam em conta características físicas, como peso, altura, tatuagens e eventuais próteses.
Ao todo, 30 corpos já foram liberados aos familiares para que sejam realizados os enterros. Os nomes dos mortos identificados não foram divulgados pelo IML.
Mais de 40 médicos, papiloscopistas da Polícia Civil, equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia trabalham na identificação dos corpos das vítimas.
À medida que os profissionais avançam com os trabalhos, familiares das vítimas, que estão hospedados em um hotel no centro, são chamados ao Instituto Oscar Freire, localizado ao lado do IML, para fazer o reconhecimento.
No fim de semana, eles foram ao local para a coleta de material genético, que eventualmente pode ser usado no processo de identificação.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, não há uma previsão para que a identificação das vítimas seja concluída. “Cada caso possui sua complexidade e cada vítima necessita de exames específicos para viabilizar a total identificação, não sendo possível estimar prazos para que isso ocorra”, diz a pasta.
Três vítimas em urnas funerárias foram transportadas pela Força Aérea Brasileira (FAB) nesta quarta-feira (14/08).
O translado foi feito com a aeronave C-105 Amazonas (veja na galeria), que decolou às 11h23 da Base Aérea de São Paulo com destino ao aeroporto de Cascavel (PR).
Investigação
Nessa segunda-feira (12/8), o Cenipa informou ter concluído a primeira etapa da investigação, a ação inicial, que consiste na coleta de informações no local do acidente. Agora, tem início a etapa da análise de dados. Um relatório preliminar deve ser divulgado em 30 dias.
A principal suspeita sobre o que teria provocado o acidente é uma falha no sistema anticongelamento do ART-72, que teria feito com que o avião acumulasse gelo nas asas e que o piloto perdesse o controle. A aeronave caiu verticalmente em “parafuso chato” após perder sustentação. Ao se chocar com o solo, explodiu e causou um incêndio.
O brigadeiro do ar Marcelo Moreno, chefe do Cenipa, disse que a caixa-preta da aeronave gravou com sucesso os dados de voz do voo. Segundo o brigadeiro, os técnicos dispõem de um software para a análise espectral do som.
VoePass
Nessa terça-feira (13/8), o presidente e cofundador da companhia aérea VoePass, comandante Felício, se pronunciou pela primeira vez sobre o acidente aéreo. Em vídeo divulgado pela equipe de comunicação da companhia, Felício afirmou se tratar de um momento de “grande pesar para todos” da empresa.
“Gostaria de reafirmar aqui. Sou piloto há mais de 30 anos e hoje o comandante mais antigo desta empresa. Vim de uma origem de transportadores e desde que assumi a presidência desta empresa, em 2004, sempre construí uma base com diretrizes sólidas e sempre pautadas pelas melhores práticas internacionais para garantir a segurança operacional de todos. A vida de nossos passageiros, assim como a dos nossos tripulantes, sempre foi e continuará sendo nossa prioridade número um”, afirmou Felício.