Por falha no sistema, 234 imigrantes seguem retidos no aeroporto de SP
Imigrantes de países do sudoeste asiático e africanos aguardam resultado da solicitação refúgio; sistema da Polícia Federal está instável
atualizado
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São Paulo — Um grupo de 234 imigrantes segue retido no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana, aguardando a regularização de sua situação no Brasil. Eles estão dormindo na área restrita do terminal, destinada a imigrantes que ainda não foram admitidos para entrar legalmente no país.
A maioria deles veio de países do sudoeste asiático e africanos e pretende se refugiar no Brasil, mas está enfrentando dificuldades devido à instabilidade do Sisconare, plataforma digital usada pela Polícia Federal (PF) para o registro de pedidos de refúgio.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), essa falha contribuiu para o aumento do número de imigrantes do grupo alocado no aeroporto, que, na manhã desta quinta-feira (13/6), era formado por 204 homens e 30 mulheres.
Nos últimos dias, o número de imigrantes dormindo no aeroporto teve um salto repentino e chegou a alcançar cerca de 400 pessoas na noite dessa terça-feira (11/6). Para lidar com a questão, o MPF acionou o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), a PF, a agência da ONU para refugiados, a GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Com a mobilização, houve uma redução para 291 pessoas, na quarta-feira (12/6), e 234, nesta quinta.
Em nota, o Ministério da Justiça afirmou que “a instabilidade no Sisconare ocorre devido a atualizações e melhorias realizadas em outros sistemas eletrônicos da pasta com os quais o Sisconare tem ligação”.
O órgão também esclareceu que está trabalhando em conjunto com a Polícia Federal para “maximizar a capacidade de processamento dos pedidos, com observância das normas afetas ao refúgio e respeito aos direitos humanos”.
Histórico
Não é a primeira vez que o Aeroporto de Guarulhos se transforma em abrigo para imigrantes que buscam refúgio no Brasil.
No ano passado, o terminal 2 do aeroporto foi tomado de afegãos que fugiram de seu país após a ascensão do Talibã ao poder. Dormindo por meses no aeroporto, os imigrantes, que incluíam mulheres e crianças, ficaram a mercê de problemas de saúde e foram vítimas de surtos de sarna e piolho.
Após meses de espera, os afegãos começaram a ser transferidos para abrigos espalhados em diferentes cidades do estado.