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Ilhas de calor: zonas sem árvores ficam até 4°C mais quentes em SP

No dia mais quente do ano, estação meteorológica da Sé registrou 4°C a mais que Parelheiros, na zona sul de São Paulo

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1 de 1 foto colorida mostra homem caminhando sob sol com paletó na mão em trecho da Avenida Paulista - Metrópoles - Foto: William Cardoso/Metrópoles

São Paulo – No dia mais quente do ano até agora, o bairro de Parelheiros, na zona sul de São Paulo, registrou 32,53°C às 16 horas. No mesmo horário, a 40 km dali, moradores do centro da capital paulista enfrentavam o calor com uma temperatura quase 4°C mais alta, com os termômetros batendo os 36,30°C.

Para Paulo Pellegrino, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), a diferença de temperatura tem uma causa principal: o número de árvores nas duas regiões.

A cobertura vegetal da subprefeitura da Sé é de apenas 5,77 km², o equivalente a 21,63% da região, segundo dados da Prefeitura. Em Parelheiros, a área verde ocupa 94,37% do território, com 340,50 km².

Vice-coordenador do Lab Verde, laboratório que pesquisa a infraestrutura verde na cidade, Paulo diz que a derrubada das árvores, aliada a outras intervenções urbanas, provoca o fenômeno conhecido como “ilhas de calor” nas cidades.

“Quando a gente elimina a vegetação, cerca as várzeas, concreta a beira dos rios, [a gente] faz toda a cidade virar uma grande superfície quente que absorve esse calor”, afirma o professor, dizendo que é como se esses locais virassem uma “chapa quente”.

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Homem corre em ciclovia da Avenida Paulista em setembro de 2023
Idoso se protege do sol com jornal em trecho da Avenida Paulista; SP vive onda de calor atípico
Homem caminha sob sol com paletó na mão em trecho da Avenida Paulista; SP vive onda de calor
Mulher caminha de chapéu sob sol em trecho da Avenida Paulista; SP vive onda de calor atípico
Mulheres caminham sob sol em trecho da Avenida Paulista; SP vive onda de calor atípico
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Pedestre se protege do sol com jornal em trecho da Avenida Paulista, em São Paulo

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Homem corre em ciclovia da Avenida Paulista em setembro de 2023

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Idoso se protege do sol com jornal em trecho da Avenida Paulista; SP vive onda de calor atípico

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Homem caminha sob sol com paletó na mão em trecho da Avenida Paulista; SP vive onda de calor

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Mulher caminha de chapéu sob sol em trecho da Avenida Paulista; SP vive onda de calor atípico

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Paulistanos tomam sorvete na Avenida Paulista em dia de forte calor

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Homem-placa de estacionamento se protege do sol na Avenida Paulista com guarda-sol; SP vive onda de calor atípico

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Saiba até quando calor deve durar na cidade de São Paulo

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Em junho, a Prefeitura de São Paulo anunciou que a cidade tinha atingido a marca de 54,13% de cobertura vegetal em todo o território.

Apesar do índice considerado positivo por especialistas, a distribuição das áreas verdes é desigual e se concentra principalmente nos extremos sul e norte da cidade.

“Na região que vai em direção à zona cerealista, Pari, Brás, mesmo em direção à Cidade Tiradentes, extremo leste, toda aquela área é totalmente desprovida de vegetação. As áreas de parque, de praças, são muito restritas”, afirma Paulo.

Nesse domingo (24/9), a maior temperatura da capital paulista foi registrada nas estações meteorológicas da Mooca e de São Miguel Paulista, ambas na zona leste da cidade, com 37,5°C. As regiões têm 16,67% e 23,33% de cobertura vegetal respectivamente.

A menor temperatura máxima foi registrada nas estações localizadas em Marsilac e na Lapa, que tiveram 35,4°C no momento mais quente do dia. Marsilac faz parte da subprefeitura de Parelheiros, a maior área verde de São Paulo.

Na Lapa, apesar da baixa cobertura vegetal da subprefeitura (29,60%), a estação meteorológica fica localizada próximo ao rio, o que influencia na temperatura.

O meteorologista Thomaz Garcia, do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), afirma que, além da presença de árvores, outro fator que impacta a temperatura é a proximidade do local com a Serra do Mar.

“Regiões mais próximas da Serra do Mar, como é o caso de Parelheiros, Marsilac, mesmo Capela do Socorro, tendem a ser mais frias. Elas recebem com mais frequência e intensidade a influência da brisa do mar”, afirma Thomaz.

O meteorologista afirma que o calor excessivo dos últimos dias é resultado de uma massa de ar quente que continua influenciando a temperatura na cidade até quarta-feira (27/9), quando uma frente fria passará pela capital paulista.

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