Homem vira réu por não aceitar fim da relação e dar 20 facadas na ex
Alef de Souza Braga, de 29 anos, é acusado de tentativa de feminicídio por dar 20 facadas na ex-companheira; vítima está hospitalizada
atualizado
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São Paulo – O programador Alef de Souza Braga, de 29 anos, virou réu por tentativa de feminicídio após não aceitar o fim da relação e dar cerca de 20 facadas na ex-companheira, a jornalista Caroline Cristina Galhardo, 33, na capital paulista, no início do mês. Com lesões graves, a vítima ainda está hospitalizada.
O caso aconteceu na noite de 3 de abril, por volta das 19h30, no apartamento da vítima, no Mandaqui, zona norte de São Paulo. Segundo a denúncia, oferecida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) nesta sexta-feira (12/4) e aceita pela Justiça paulista no mesmo dia, a vítima foi atingida a facadas no pescoço, tórax e nos braços.
Mesmo ferida, Caroline conseguiu fugir para casa de uma vizinha e a Polícia Militar (PM) foi acionada. Socorrida ao hospital, ela ficou intubada na UTI e precisou passar por cirurgia no tórax e na cabeça por causa das lesões sofridas.
Ao entrar no apartamento, os PMs encontraram sangue espalhado por diversos cômodos e a faca, com o cabo quebrado, na entrada do imóvel. O agressor estava trancado no banheiro e dizia que ia cometer suicídio. Após cerca de 20 minutos de negociação, os agentes conseguiram fazer Alef abrir a porta, sair com as mãos para cima e se entregar. Ele foi preso em flagrante e segue na cadeia.
Feminicídio
Na delegacia, optou por ficar em silêncio. Ele vai responder por tentativa de homicídio qualificado, por motivo torpe (não aceitou o fim do namoro), emprego de meio cruel (múltiplos golpes de faca), sem dar chance de defesa para a vítima (agiu de repente) e em contexto de violência doméstica. O MPSP também pediu indenização de R$ 10 mil.
“Trata-se de tentativa de feminicídio, crime extremamente grave e cruel. Acreditamos que a condenação nos termos requeridos pelo Ministério Público é medida de Justiça”, diz o advogado Yuri Felix, que representa a vítima.
Segundo a acusação, Caroline e Alef tiveram um “relacionamento amoroso tumultuado” e chegaram a interromper a relação em 2022. Nesse período, o réu teria dito que “não iria desistir dela” e que Caroline “iria ver do que ele era capaz”.
Em janeiro de 2023, a jornalista conseguiu uma medida protetiva contra o agressor. Na ocasião, ela denunciou que era perseguida e relatou um episódio em que o acusado se jogou na frente do carro dela para forçá-la a parar e falar com ele.
Caroline, no entanto, pediu o relaxamento da medida pouco depois e o casal reatou. A tentativa de feminicídio aconteceu quando ela tentava terminar a relação outra vez.
Defesa
A defesa de Alef entrou com habeas corpus e alegou que ele poderia responder à acusação em liberdade, uma vez que é réu primário e não se trataria de “agente de alta periculosidade”. O pedido, entretanto, foi recusado.
“O paciente não tem histórico de crime, ou seja, é pessoa de boa índole, que não fere o ordenamento jurídico diante de sua soltura, e não tem postura ou condições de atrapalhar as investigações”, registraram os advogados Daniel Cardoso Abreu e Tiago Cardoso Abreu.