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Família diz que homem teve tatuagens arrancadas por policiais da Rota

Familiares de um comerciante de Santos afirmam que policiais arrancaram tatuagens de homem antes de matá-lo; Polícia Civil investiga

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Imagem colorida de homem pardo com cavanhaque e boné
1 de 1 Imagem colorida de homem pardo com cavanhaque e boné - Foto: Reprodução/ G1

São Paulo – A Polícia Civil de Santos, no litoral paulista, investiga a circunstâncias em que o comerciante José Marcelo Neves dos Santos, de 32 anos, foi morto pela Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), no domingo (11/2).

Ele foi a 20ª pessoa morta pela tropa de elite da Polícia Militar, em supostas trocas de tiros, desde o assassinato do soldado Marcelo Augusto da Silva, em 26 de janeiro. Como revelado pelo Metrópoles, em 17 dias, foram mortos em São Paulo mais PMs do que no 1º trimestre de 2023.

Familiares do comerciante, porém, denunciam que ele teria sido torturado, incluindo tendo as tatuagens arrancadas do corpo e, depois, executado.

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Família de comerciante denuncia tortura de parente
José Marcelo saiu para comprar gasolina e foi morto pela Rota, segundo a família
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Comerciante era casado e deixa três filhos

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Família de comerciante denuncia tortura de parente

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José Marcelo saiu para comprar gasolina e foi morto pela Rota, segundo a família

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A irmã de José, Mayara dos Santos, afirmou em entrevista ao portal G1 que testemunhas presenciaram a abordagem da Rota ao irmão, que estava desarmado e não tinha envolvimento com o crime. Ele saiu de casa, segundo a parente, para comprar gasolina, quando foi abordado pelos policiais.

José Marcelo teria mencionado aos PMs ter uma passagem criminal, ocorrida quando era dependente químico, conforme testemunhas. Depois disso, ainda de acordo com a irmã do comerciante, não houve confronto entre o comerciante e os policiais.

As circunstâncias em que ele supostamente foi torturado e executado são investigadas.

Versão da Rota

O caso foi registrado pela Polícia Civil de Santos, ainda no domingo. De acordo com o B.O, policiais da Rota afirmaram, em depoimento, que atiraram duas vezes contra José Marcelo após ele supostamente desembarcar de uma bicicleta e atirar contra os policiais.

O comerciante chegou a ser levado para um hospital da região, onde morreu.

Os PMs ainda relataram terem apreendido com ele uma arma de fogo e drogas. A versão foi refutada pela família.

No documento policial, o comerciante não foi identificado, apesar de ter saído com o RG no bolso, ainda segundo familiares.

Busca pelo corpo

A família estranhou o desaparecimento de José Marcelo e começou a procurá-lo em hospitais.

Por fim, o corpo dele foi localizado no Instituto Médico Legal (IML) da cidade litorânea, na segunda-feira (12/2).

Uma parente reconheceu o corpo e afirmou aos demais familiares que ele estava com marcas de agressão e tatuagens arrancadas.

A família iria procurar a Ouvidoria das polícias, para denunciar o caso.

O órgão de fiscalização das polícias foi procurado pelo Metrópoles, mas não havia se manifestado até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

O comerciante era casado e deixa três filhos, de 8, 10 e 11 anos. O corpo dele foi velado, com caixão lacrado, e sepultado nessa terça-feira (13/2) em Santos.

SSP

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo afirmou em nota, enviada ao Metrópoles no início da tarde desta quarta-feira (14/2), que “todos os casos” de mortes em supostas trocas de tiros, com a polícia, são investigados pela 3ª Delegacia de Homicídios de Santos.

Os casos, acrescentou a pasta, também são acompanhados pelo Ministério Público de São Paulo.

A pasta referendou a versão da Rota, afirmando que o comerciante atirou contra os policiais, em uma abordagem.

A PM deflagrou a terceira fase da Operação Verão, no litoral paulista, no último dia 7.

Desde então, 20 pessoas morreram em supostas trocas de tiro com a corporação e 589 foram presas, das quais 215 foragidos da Justiça.

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