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Homem diz que só atirou contra casal ao saber que carro era blindado

Advogado de Adriano Domingues, foragido por atirar contra casal na Castello Branco, diz que homem teria sido ameaçado por ocupantes de carro

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Imagem colorida mostra motorista atirando contra ocupantes de veículo; ele é procurado pela polícia - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra motorista atirando contra ocupantes de veículo; ele é procurado pela polícia - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo — O homem que deu pelo menos cinco tiros contra os ocupantes de um veículo na rodovia Castello Branco, em Boituva, no interior de São Paulo, na tarde da última sexta-feira (14/6), afirma que só efetuou os disparos porque percebeu que o carro era blindado e que, segundo ele, não havia como o projétil atravessar o vidro. A versão foi relatada ao Metrópoles pelo advogado Luiz Carlos Valsecchi, que representa o suspeito.

O autor do ataque a tiros é Adriano Domingues da Costa, acusado de tentativa de homicídio. Ele teve um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça e é considerado foragido.

Valsecchi afirma que Adriano parou o carro no meio da rodovia e desceu armado (assista abaixo) com o objetivo de assustar o condutor do outro veículo, que de acordo com o advogado, estava provocando Adriano e teria inclusive batido propositalmente no carro dele.

“Ele parou e foi assustar o cara mesmo. ‘Se você continuar te perseguindo, vou te matar. Quase me tirou da estrada, seu débil mental’. Provavelmente deve ter sido isso que ele falou, eu imagino”, diz o advogado.

 

Valsecchi afirma que antes dos disparos de arma de fogo, Adriano teria sido jogado para fora da pista e que o motorista do outro veículo estava armado. O advogado diz que, se estivesse no lugar de seu cliente, também teria atirado: “Se fosse eu, também dava [os tiros]. Se fosse você, também dava”.

“Você está na estrada e tem um cara na pista da esquerda. E ele não te dá passagem. Aí você desiste de tentar passar pela esquerda, para não arrumar confusão, e vai passar pela direita. Aí você começa acelerar pela direita, ele acelera também. Você diminui para voltar para a esquerda, ele diminui também. Em certo momento, ele bateu no carro do meu cliente, jogou meu cliente para fora da pista”, afirma o advogado.

“A partir daí começou um abre janela, ‘seu filho disso’, ‘seu filho daquilo’. O cara mostrou uma arma para ele. Confusão para cá, confusão para lá. O meu cliente nem viu essa arma. Quem viu foi um parente que estava no carro”, complementa.

“Crime impossível”

O advogado Luiz Carlos Valsecchi afirma que Adriano Domingues da Costa não pode responder por homicídio, pois, segundo ele, se trata de crime impossível, quando há impossibilidade de conclusão do ato ilícito. No caso, afirma o advogado, seria impossível que os ocupantes do veículo morressem em decorrência dos disparos, uma vez que o carro era blindado.

“Não tem crime de homicídio, isso não existe Ele dá uma coronhada no vidro lateral. E, mesmo assim, ele continuou perseguindo. Quando ele dá a coronhada, com o vidro abaixado, o vidro dá uma trincada. Você sabe quando é blindado. Você bate a mão e parece uma parede. Mas ainda que ele não soubesse da blindagem, seria um crime impossível”, afirma.

“Foragido”

O advogado Luiz Carlos Valsecchi estava, no início da tarde desta segunda-feira (17/6), a caminho da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itapetininga, no interior de São Paulo. O objetivo, segundo ele, é entender de onde partiu o mandado de prisão temporária contra Adriano.

“Há a ordem de um juiz. Eu tenho que saber quem é o juiz, qual é a fundamentação da ordem, e tenho que saber qual é a competência do juiz. A partir desses elementos eu posso acatar ou não acatar. Se eu acatar, está tudo certo. Eu tenho que saber onde eu vou levar. Pode ser em Itapecerica, em Barueri, em Sorocaba, na Disneylandia. Se a ordem for ilegal, eu vou questionar tudo dentro dos trâmites legais”, afirma.

De acordo com Valsecchi, Adriano está apavorado e quer se entregar o quanto antes. “Ele tá apavorado, quer se entregar o mais rápido possível. Eu tô mandando ele esperar, quero ver o que aconteceu. Tem que ver onde? Não posso falar para ele pegar uma escova de dente, um pinico, um pijama e ir na primeira cadeia que tiver”.

O advogado afirma que Adriano não possuía porte de arma e diz não saber como ele teria tido acesso ao armamento.

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