Homem que matou amigo em caçada a javali foi multado por rinha de galo
Caçador de javali, que atirou acidentalmente contra colega de 48 anos, no sábado, em Pindamonhangaba (SP), foi investigado por rinha de galo
atualizado
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São Paulo — O homem que matou com um tiro acidental um amigo durante uma caçada a javali, no sábado (6/5), em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, foi investigado pela Polícia Civil em 2020, por participar de uma rinha de galos em Caçapava, também no interior paulista.
No último sábado, de acordo com o boletim de ocorrência, Michael Rafael do Prado, de 29 ano, saiu pela manhã com um grupo de amigos para caçar javalis. No meio da aventura, ele fez um disparo para atingir um dos animais.
À polícia, ele disse que não viu que um dos integrantes do grupo, de 48 anos, estava na linha de tiro. A vítima foi atingida, morreu no local e teve o corpo resgatado somente no domingo (7/5), em operação que contou inclusive com a participação do helicóptero Águia, da Polícia Militar.
Responsável pelo disparo, Michael tem contra si uma investigação em curso por abuso a animais, pela participação em rinha de galos.
“Seguindo a legislação vigente, foi elaborado um Termo Circunstanciado, o qual segue em trâmite pelo Juizado Especial Criminal (Jecrim)”, disse a Secretaria da Segurança Pública, em nota.
De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, foram registrados autos de infração por maus tratos a 63 animais domésticos (galos). “O caso encontra-se em fase de recurso aguardando análise da Comissão Regional de Julgamentos (CRJ)”, afirma secretaria, em nota.
Segundo publicação do governo no Diário Oficial, foi estabelecida uma multa de R$ 136,5 mil referente ao auto de infração.
A reportagem tentou contato com Michael Rafael do Prado desde segunda-feira (8/5), mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
Legislação
A caça a javalis é permitida no Brasil desde 2013 para controle da espécie, nativa da Ásia, Europa e África. São considerados animais perigosos para os seres humanos, capazes de destruir plantações e transmitir doenças como brucelose e toxoplasmose.
Segundo a Fundação Florestal, o javali (ou o javaporco) não cruza com porcos silvestres nativos do pais, como o cateto e o queixada (esses são protegidos pela legislação).