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Homem morto pela Rota era catador e implorou pela vida, diz testemunha

Homem de 45 anos foi morto a tiros pela Rota em São Vicente no dia seguinte ao assassinato do soldado da PM Samuel Wesley Cosmo, em Santos

atualizado

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Homem pardo sorri sem camisa ao lado de fogão - Metrópoles
1 de 1 Homem pardo sorri sem camisa ao lado de fogão - Metrópoles - Foto: Arquivo Pessoal

São Paulo – Testemunhas afirmam que o catador de lixo José Marcos Nunes da Silva, de 45 anos, implorou a policiais das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) para não ser morto a tiros, na madrugada de sábado (3/2), em São Vicente, no litoral paulista.

“Pelo amor de Deus, eu sou trabalhador”, teria gritado José, “minhas filhas me amam”. As súplicas foram ouvidas e relatadas por uma testemunha, que estava no local.

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Catador foi abordado de madrugada pela Rota
Catador morava há dez anos em comunidade onde foi ferido a tiros
José Marcos Nunes da Silva, de 45 anos
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José Marcos Nunes da Silva foi morto a tiros

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Catador foi abordado de madrugada pela Rota

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Catador morava há dez anos em comunidade onde foi ferido a tiros

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José Marcos Nunes da Silva, de 45 anos

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Morador há aproximadamente dez anos de uma comunidade carente, no bairro Jóquei Club, José foi a segunda pessoa morta pela Polícia Militar após o assassinato do soldado Samuel Wesley Cosmo, da Rota, na sexta-feira (2/2) em Santos. Até o momento, sete foram mortos pela PM em supostas trocas de tiros.

Na versão registrada na delegacia e divulgada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo, o catador teria sido abordado por policiais da Rota na Avenida Sambaiatuba, perto da casa dele.

Segundo relatado pelos PMs, José teria corrido ao mesmo tempo em que passou a atirar contra os policiais, que revidaram. Ele foi ferido, levado para um hospital da região e morreu no local.

Dentro de um imóvel, no qual os PMs afirmaram que o suspeito teria tentado se esconder, foi supostamente encontrado um caderno com anotações sobre o tráfico de drogas, além de porções de maconha, cocaína, crack e lança-perfume. Uma pistola calibre 9 milímetros também foi apreendida, segundo a polícia.

Versão questionada

Amigos do catador e testemunhas, todos ouvidas em sigilo pelo Metrópoles, afirmaram que José não tinha arma e nenhum tipo de vínculo com o tráfico de drogas ou com o crime organizado.

Ele costumava sair de noite para recolher materiais recicláveis, como fez no dia da abordagem policial.

As testemunhas afirmam que as drogas e as armas, supostamente encontradas com José, teriam sido “plantadas” pelos policiais.

Os amigos também acreditam que ele tenha sido alvo da Rota porque estava sem documentos e por ter tido uma passagem por furto, em 2010.

Operação policial

O operação durante na qual ocorreu a morte do catador foi montada para prender o autor do assassinato do soldado Samuel Wesley Cosmo, de 35 anos, que também era da Rota. Ele fazia uma varredura dentro de uma comunidade de Santos quando foi baleado. Samuel chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

Ele foi o quarto policial militar morto neste ano e o segundo da Rota, desde 1999.

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Soldado da Rota foi o segundo PM morto no litoral paulista neste ano
Soldado Samuel Wesley Cosmo, no batalhão da Rota na capital paulista
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PM decretou luto pela morte do policial da Rota no litoral

Reprodução/Polícia Militar
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Soldado da Rota foi o segundo PM morto no litoral paulista neste ano

Reprodução Redes Sociais
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Soldado Samuel Wesley Cosmo, no batalhão da Rota na capital paulista

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O caso anterior envolvendo policial da Rota foi o assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, de 30 anos, em 27 de julho do ano passado.

Após o homicídio dele, a PM realizou operação na região em busca dos autores do ataque. Em cerca de um mês, 28 foram mortos em supostos tiroteios. Como mostrado pelo Metrópoles, alguns relatos da PM sobre os confrontos se mostraram inconsistentes.

Órgãos de direitos humanos pediram o “fim imediato” da operação, à época, classificada como “chacina” pelo Condep.

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