Homem morto após traição: entenda quem é quem na cena do crime
Igor Peretto foi morto pelo cunhado após saber que estava sendo traído pela esposa. A mulher seria amante do assassino e da irmã da vítima
atualizado
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São Paulo — O empresário Igor Peretto, de 27 anos, foi morto a facadas no apartamento da irmã em 31 de agosto, na cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo. O crime, que chocou o estado, revelou uma série de casos de traição dentro da família da vítima.
Igor era irmão de Marcelly Marlene Delfino Peretto, de 21 anos, dona do apartamento em que ocorreu o crime. Marcelly era casada com Mario Vitorino da Silva Neto, de 23 anos, amigo de Igor desde a adolescência.
Da relação de amizade, nasceu o relacionamento de Mario e Marcelly, além de planos de negócios. Isso porque os dois homens eram sócios em uma loja de motocicletas.
Outra envolvida na trama é Rafaela Costa da Silva, de 26 anos, esposa de Igor. Juntos eles tiveram um filho, Theo, hoje com 5 anos.
De acordo com o interrogatório de Marcelly à polícia, Rafaela e Mario começaram a ter um caso durante uma viagem a Fortaleza (CE). A mulher não revelou em que data ocorreu a viagem, mas disse que o passeio foi planejado para comemorar o aniversário de Igor.
Já segundo o depoimento de Rafaela à polícia, ela e a irmã de Igor também eram amantes. As duas, inclusive, trocaram carícias e beijos momentos antes do crime.
Para o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Igor foi morto porque atrapalhava o triângulo amoroso. “O crime foi cometido por motivo torpe, pois Mario, Rafaela e Marcelly consideraram Igor um empecilho para os relacionamentos íntimos e sexuais que os três denunciados mantinham entre eles”, diz manifestação do MP de 29 de outubro.
Quem é quem na cena do crime
De acordo com a cronologia do crime, elaborada pela Polícia Civil, Marcelly e Rafaela chegaram de carro ao Residencial Vogue, onde Marcelly é proprietária de um apartamento, às 4h32 do dia 31 de agosto, madrugada de sábado.
Por volta das 5h40, Rafaela saiu sozinha do apartamento de Marcelly e partiu de carro. Apenas 13 segundos depois, Mario e Igor chegam juntos ao prédio.
Às 5h44, os dois homens saem do elevador em direção ao apartamento de Marcelly, onde Igor foi assassinado.
Vinte minutos depois, às 6h04 do sábado, Mario e Marcelly saem sozinhos pelas escadas do prédio e vão em direção ao subsolo, onde está estacionado o carro de Mario.
Os depoimentos dos réus divergem quanto aos detalhes do crime. Apesar disso, a Polícia Civil concluiu que houve uma discussão entre o trio. Em dado momento, Mario desferiu diversos golpes de faca em Igor, que morreu no local.
Marcelly, em seu depoimento à polícia, disse que ficou no outro quarto do apartamento e viu Mario ir até a cozinha e retornar para a suíte onde Igor estava. Em seguida, ela teria ido até o cômodo onde eles estavam discutindo e viu Mario em cima da vítima desferindo diversas facadas.
Mario alegou que desferiu os golpes em legítima defesa, já que Igor estaria armado com um pedaço de vidro. Rafaela, que não estava no local do crime, disse em depoimento que foi essa a versão que Mario e Marcelly lhe contaram.
Após o homicídio, o cunhado e a irmã de Igor partiram de carro em direção ao apartamento de Mario. De lá, o casal seguiu para a estrada, tendo encontrado Rafaela aproximadamente às 8h48 no Posto Olá, no km 124 da Rodovia Governador Carvalho Pinto.
Uma hora depois, o trio chegou em Campos do Jordão. Marcelly teria pego um carro de aplicativo e retornado para a Praia Grande, enquanto Rafaela e Mario foram a um motel em Pindamonhangaba para que ele trocasse as roupas sujas de sangue.
Prisões e acusação de homicídio qualificado
Rafaela e Marcelly se apresentaram à polícia e prestaram depoimento no dia 6 de setembro. Mario foi encontrado apenas no dia 15 daquele mês, na cidade de Torrinha, interior de São Paulo.
Os três estão presos preventivamente em penitenciárias de São Vicente, no litoral paulista. O trio está sendo acusado de homicídio qualificado.
Em 29 de outubro, as promotoras de justiça Ana Maria Frigerio Molinari e Roberta Bená Perez Fernandez fixaram o valor mínimo de R$ 300 mil a serem pagos aos herdeiros de Igor (um deles, filho de Rafaela) para reparação dos danos morais causados pelo crime.
O processo corre no Foro da Praia Grande e o caso é investigado pela Delegacia Seccional de Polícia de Praia Grande.