Homem comove família e doa rim “idêntico” a irmão 5 anos mais velho
Bombeiro nasceu com falha renal e teve de fazer hemodiálise até “surpresa” de irmão mais novo, que se testou doador sem avisar a família
atualizado
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São Paulo – Em um caso raro de compatibilidade, segundo conta o bombeiro civil Luiz Fernando Sturaro, de 37 anos, o Centro Médico de Campinas, no interior de São Paulo, fez um transplante renal entre dois irmãos, sendo o doador cinco anos mais novo que o receptor. O fato tem causado comoção e reações emocionadas nas redes sociais.
Luiz Fernando vinha fazendo hemodiálise há um ano, depois de conviver com uma falha renal crônica associada a diabetes, e nunca chegou a pedir a ninguém – amigos, familiares ou sua mulher – para se testar doador.
Mas ele foi surpreendido pelo irmão mais novo, o influencer Lucas Sturaro, que, sem contar a ninguém, procurou os médicos, se testou e garantiu a doação ao irmão mais velho.
“Os médicos disseram quem nem irmãos gêmeos a compatibilidade é tão grande”, disse ao Metrópoles Luiz Fernando, agora com as funções renais de volta. “Quando você faz hemodiálise, parece que tem um ônibus em cada um de seus ombros. Agora, tenho uma vida nova”, afirma o bombeiro.
O caso foi noticiado pelo portal G1 e teve enorme repercussão nas redes sociais graças às postagens de Lucas, que fez stories no Instagram a partir do momento em que a cirurgia foi se concretizando. Agora, passados 90 dias da operação, ambos os irmãos podem dizer que “estão bem”, segundo Luiz Fernando.
Doença crônica
O bombeiro contou que nasceu com uma falha renal. “Ainda na barriga da nossa mãe, eu tinha um refluxo que fazia a urina voltar. Já nasci sem um rim”, lembra.
A infância foi marcada por cirurgia e acompanhamento especial. Em 2004, porém, ele teve um agravante: a diabetes havia se instalado no corpo. “A diabetes é uma doença lenta, silenciosa, que foi comprometendo meus olhos”, conta Luiz Fernando – que chegou a perder 95% da visão antes de fazer um tratamento que lhe permitiu voltar a enxergar.
Porém, no natal de 2021, a diabetes voltou com força e atacou o rim de forma definitiva. “Foi ficando com 80%, 60%, 20%, 5%, até que ele parou de funcionar de vez”, diz o bombeiro.
A saída foi fazer a hemodiálise, um procedimento cansativo, que embora garanta a sobrevida do paciente o obriga a permanecer horas preso à máquina que faz a filtragem do sague que o rim deixa de realizar.
“Não pensei em pedir um rim para ninguém. Não é uma coisa que se pede. Pensei ‘isso é meu, eu que tenho que resolver’. Aí seguia, pegava minha camisetinha escrito fé e fazia a hemodiálise, porque sou cristão”, conta Luiz Fernando.
A ajuda do irmão
Lucas Sturaro é o caçula da dupla e mora a um muro de distância de Luiz Fernando, com a mãe deles, dona Damaris. Sempre se deram bem e foram muito parceiros, de acordo com o mais velho. Sem contar para ninguém, ele procurou os médicos de Luiz Fernando, seus próprios médicos e conseguiu fazer um teste de compatibilidade: “idêntico”.
“Deus colocou ele no meu caminho. Deus me deu para minha mãe, mas o Lucas é um filho de Deus, que minha mãe recebeu”, disse o bombeiro ao Metrópoles com a voz embargada.
As duas cirurgias ocorreram no mesmo dia, 12 de novembro. A mãe teve a aflição de ver seus dois únicos filhos ao mesmo tempo no centro cirúrgico, com todos os riscos que um procedimento do tipo pode trazer.
Em uma das postagens de Lucas, o influencer não contém a emoção ao descrever o bem que está fazendo ao irmão mais velho. “Estou um pouco sensível, tentando conter as emoções”, descreve. “Mas é um choro de alegria, um choro de muitas felicidades. Meu irmão está bem e tudo foi um sucesso, graças a Deus.”
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A força da mulher
De volta para casa após o transplante e repleto de gratidão ao irmão, Luiz Fernando passou a contar com a ajuda da mulher, Fabiany Sturaro, com quem está casado há 18 anos, “uma das minhas maiores forças para superar tudo”, diz o bombeiro. “Ela não desistiu jamais, é uma guerreira”.
Agora, sem precisar da hemodiálise, Luiz Fernando pôde voltar a trabalhar normalmente. “Fiz um exame há alguns dias e deu que o rim estava funcionando 180%. Isso quer dizer que o Lucas tinha quatro rins”, brinca o bombeiro.
