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Hoje rival, “novo Marcola” já ficou em presídio dominado pelo PCC

Apontado como o principal líder do Bando do Magrelo, criminoso cumpre atualmente pena em regime fechado por lavagem de dinheiro

atualizado

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Imagem colorida de montagem com Magrelo e uma arma. Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de montagem com Magrelo e uma arma. Metrópoles - Foto: Reprodução/MPSP

São Paulo – No dia 29 de novembro, Anderson Ricardo de Menezes, o Magrelo, deu entrada na penitenciária de Galia 1, no interior de São Paulo, para cumprir uma pena de 10 anos, em regime fechado, após ser condenado por lavagem de dinheiro, em 1º de outubro.

O local é um dos poucos no sistema prisional nos quais não há a hegemonia do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção com a qual a quadrilha liderada por Anderson — conhecida como Bando do Magrelo — disputa violentamente território em ao menos oito cidades no interior paulista.

A rivalidade entre os grupos criminosos já resultou em um banho de sangue, com dezenas de mortos, principalmente em Rio Claro, cidade na qual o Bando do Magrelo se originou e de onde expande as suas ações criminosas, segundo investigações policiais.

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Carro de pistoleiros é abandonado, com motor ligado, e batedor foge com moto
Pistoleiros desembarcam já atirando contra alvos
Carro com pistoleiros se aproxima, acompanhado por moto
Daniel de Paula Sobrinho, o Vovô, morto pelo PCC
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Carro de pistoleiros é abandonado, com motor ligado, e batedor foge com moto

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Pistoleiros desembarcam já atirando contra alvos

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Carro com pistoleiros se aproxima, acompanhado por moto

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Daniel de Paula Sobrinho, o Vovô, morto pelo PCC

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Gabriel Lima Cardoso, 26, membro do PCC assassinado

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José Cláudio Martins Nunes, 50, membro do PCC morto por bando rival

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Marcelo Henrique Ferreira, 27, morto a tiros por Bando do Magrelo

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Membros do PCC conversam em terreno, ao lado de comércio

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Anderson Ricardo, o Magrelo, chefe do Bando do Magrelo, preso em 2023

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Como mostrado pelo Metrópoles, o próprio Magrelo chegou a se intitular como “o novo Marcola”, referindo-se ao líder máxima do PCC, Marco Willian Herbas Camacho.

Ninho do PCC

A chegada de Magrelo ao sistema carcerário, em 8 de setembro de 2000, ocorreu em um dos principais redutos do PCC, na Penitenciária de Presidente Venceslau 2, onde permaneceu até março do ano seguinte, segundo a Folha de Antecedentes do criminoso, obtida pelo Metrópoles. Ele havia sido condenado há seis anos por roubo.

Foi de Presidente Venceslau 2 que partiu, em 2006, a ordem da alta cúpula do PCC para a onda de violência no estado de São Paulo, conhecida como “Ataques de Maio“, que resultaram em 564 mortes, naquele mesmo ano.

Na ocasião, Magrelo estava encarcerado na Penitenciária 2 de Hortolândia, de onde saiu, após a revogação de sua prisão, em 29 de setembro. Ele retornou ao sistema carcerário em 3 junho de 2008 e, dois dias depois, conseguiu liberdade provisória.

Em julho de 2014, Magrelo foi preso por desacato e, pouco mais de um mês depois, chegou a ser levado até Presidente Venceslau 2, quando já era rival da maior facção do Brasil, que ainda dominava — e domina — a unidade. Ele, porém, foi transferido no mesmo dia, como consta em registros de movimentação da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

Idas e vindas

A rotina de entra e sai do sistema prisional se manteve até 23 de maio do ano passado, quando o líder do Bando do Magrelo foi novamente preso, em Borborema, a cerca de 210 quilômetros de Rio Claro, usando um documento falso. Seis dias antes, ele havia fugido da polícia por um buraco no muro da mansão em que morava, em Ipeúna.

Magrelo foi denunciado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP). A Justiça atribui ao traficante ao menos 30 mortes na região.

A disputa entre os dois grupos criminosos deixa um rastro de sangue no interior de São Paulo. Até o momento, segundo apurado pela reportagem, ocorreram 27 assassinatos neste ano, somente em Rio Claro.

Com aproximadamente 200 mil habitantes, a soma das quase 30 vítimas de homicídios, em Rio Claro, representa 13,5 mortes violentas por 100 mil habitantes. O estado de São Paulo, por sua vez, conta com taxa de 5,98, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Cenas fortes de chacina

Os confrontos entre o Bando do Magrelo e o PCC contribuem para os altos índices de violência local. Conformee mostrado pelo Metrópoles, em cerca de 12 horas, foram registradas, em Rio Claro, quatro execuções no fim de semana passado: três vítimas eram de membros do PCC e uma era do Bando do Magrelo.

Em menos de uma semana, desde então, o número de baixas da guerra do crime aumentou para cinco, com a morte de um quarto membro do PCC, que seguia hospitalizado desde o ataque do fim de semana passado.

A onda de violência repercutiu negativamente e atingiu o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. Ele iria ser homenageado pela Câmara de Vereadores de Rio Claro, por sua gestão no combate à violência. A cerimônia, porém, foi cancelada em decorrência dos recentes acontecimentos.

 

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