Herança de Gugu é bloqueada em processo movido por suposto filho
Reviravolta no caso Gugu envolve mãe do apresentador, que nega-se a realizar exame de DNA. Justiça determinou o bloqueio de ¼ da herança
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — Parte da herança deixada por Gugu Liberato foi bloqueada pela Justiça de São Paulo. A decisão proferida pelo juiz Leonardo Aigner Ribeiro Vistos foi resultado de um pedido feito pela defesa de Ricardo Rocha, de 49 anos, homem que alega ser filho biológico do apresentador morto em 2019.
O magistrado determinou o bloqueio de um quarto de todos os saldos de contas bancárias e aplicações financeiras de Gugu, bem como de eventuais valores já transferido a terceiros.
É mais um capítulo da disputa que questiona os bens deixados em testamento pelo apresentador. Em 21 de agosto deste ano, Rose Miriam Di Matteo, mãe dos três filhos de Gugu, renunciou ao processo que pedia 50% do patrimônio e o reconhecimento de união estável.
Os dois tiveram três filhos: João Augusto e as gêmeas Sofia e Marina.
O processo teve muitas reviravoltas. Durante uma audiência, em 21 de junho de 2023, sobre a união estável, os três filhos do apresentador foram avisados da existência de um suposto quarto filho por um oficial de Justiça, assim que entraram na 9ª Vara da Família. “Se for filho do Gugu, bem-vindo”, disse, na ocasião, Nelson Wilians, advogado de Rose e das filhas.
Gugu teria 14 anos quando envolveu-se com uma babá, em Perdizes, na zona oeste de São Paulo. Ricardo seria fruto desse relacionamento.
Em julho de 2023, as jovens Marina e Sofia procuraram Ricardo Rocha, que alega ser filho do apresentador, para acelerar a realização de um exame de DNA. O advogado dele não concordou. Segundo a defesa de Ricardo, todas as partes que estão no processo precisariam participar. Sem todos, “não há como produzir qualquer prova”, disse à reportagem na ocasião.
A reportagem procurou todos os citados no testamento, que mostraram-se disponíveis para a realização de qualquer exame. A exceção foi a mãe do apresentador, Maria do Céu Moraes.
No dia 3 de julho deste ano, a defesa de Ricardo foi procurada pelo Metrópoles em busca de respostas sobre o exame de DNA. “Não depende de nós”, comentou, sem fornecer detalhes.
O Metrópoles apurou que Maria do Céu, uma das beneficiadas no testamento, não foi encontrada pelo oficial de justiça. E, por isso, a realização do exame de DNA, mediante fiscalização do juízo, não foi feita.
Três processos
Atualmente, são três processos no caso Gugu. Um deles é o movido por Rose, que renunciou os 50% que pedia no dia 21 de agosto deste ano. Outro é o do inventário. O terceiro, movido por Ricardo por investigação de paternidade pós-morte, corre em segredo de justiça. O Metrópoles teve acesso a esse último.
O juiz entendeu que os herdeiros tinham plena consciência dessa ação e não poderiam ter realizado o acordo extrajudicial da renúncia de Rose pela herança sem fazer uma reserva de bens como garantia de eventual direito de Ricardo. “Assim, defiro todos os pedidos para acautelar o provimento da petição de herança”, decidiu o magistrado.
No processo do suposto filho, o advogado da mãe de Gugu alegou que não era prudente “forçar uma senhora de 90 anos” a realizar exames.
Uma fonte que preferiu não se identificar considera que a renúncia de Rose à herança é uma estratégia jurídica.
Nelson Wilians, advogado de Rose Mirian e das filhas gêmeas, foi procurado, mas não respondeu até o fechamento da reportagem. Antonio Camilo Alberto de Brito, advogado de Ricardo Rocha, também não atendeu à reportagem. O espaço segue aberto para atualizações.