Haddad encontra PT de SP e pede rejeição à revisão do Plano Diretor
Ex-prefeito e autor do Plano Diretor em vigor na capital, ministro Fernando Haddad quer que PT rejeite mudanças feitas por Ricardo Nunes
atualizado
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São Paulo — Depois de metade da bancada do PT na Câmara Municipal da capital ter votado do lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB) a favor de mudanças no Plano Diretor Estratégico (PDE) da cidade, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ex-prefeito e autor do plano que será alterado, se reuniu com os vereadores do partido para pedir empenho contra o texto que já foi aprovado em primeira votação.
Depois da reunião, o diretório municipal do PT se posicionou contrário à aprovação das mudanças propostas por Nunes no PDE, que deve passar por segunda votação no próximo dia 21 de junho.
Os vereadores querem, agora, que Haddad participe de um ato público para marcar posição contra as mudanças no PDE. A manifestação está prevista para o próximo dia 16. A assessoria do ministro não confirma a agenda.
O encontro entre o ministro e os vereadores foi antecipado pelo jornal Valor Econômico e confirmado pelo Metrópoles.
O PT é a maior bancada da Câmara Municipal paulistana, com oito vereadores. Quatro votaram contra o projeto (Alessandro Guedes, Helio Rodrigues, Luna Zarattini e João Ananias) e quatro votaram a favor (Arselino Tatto, Jair Tatto, Manoel Del Rio e Senival Moura).
A votação expôs um racha existente dentro do partido na cidade desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou, neste ano, o apoio declarado a Guilherme Boulos (PSol) para a eleição para prefeito no ano que vem.
Parte da bancada petista na cidade, ligada ao deputado federal Jilmar Tatto, vem votando com a base do prefeito Nunes na Câmara. A outra metade vem se alinhando ao PSol, partido que lidera as ações de oposição contra o plano.
A revisão do PDE em São Paulo vem sofrendo várias críticas de arquitetos e urbanistas por estimular o adensamento de miolos de bairros, não dotados da mesma infraestrutura de transporte dos corredores viários, o que pode gerar ainda mais congestionamentos no futuro.
O vereador Arselino Tatto justificou o voto de parte da bancada pela aprovação do plano com o argumento de que havia “muitas emendas que a gente tinha apresentado”. “A gente aprovou em primeira para poder discutir as mudanças e apresentar nossas emendas antes da segunda votação”, disse.