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“Há 4 anos não tenho vida social”, diz promotor alvo de plano do PCC

Promotor do MPSP alvo de plano de atentado do PCC, Lincoln Gakiya afirma que não pode viajar pelo Brasil por causa das ameaças de morte

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Quem é o promotor que o PCC planejou matar
1 de 1 Quem é o promotor que o PCC planejou matar - Foto: Youtube/Metrópoles

São Paulo – O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, afirmou que há quatro anos não tem vida social e que não pode viajar com a família por causa do histórico de ameaças que vem sofrendo da facção Primeiro Comando da Capital (PCC).

Nesta quarta-feira (22/3), a Polícia Federal deflagrou uma operação para prender membros da facção que estavam articulando um plano para sequestrar e matar Gakiya e o senador e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (União-PR).

“Há quatro anos, praticamente, não tenho mais vida social, não posso viajar de férias com meus familiares, só se for fora do Brasil. (Mas não posso), por exemplo, fazer uma viagem para a América do Sul, para o Caribe. O que nos preocupa hoje é a ousadia, a falta de pudor e limite dessas organizações”, afirmou o promotor em entrevista para a BandNews TV.

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Polícia Federal fez operação nesta quarta-feira (22/3) contra PCC, que pretendia matar senador Sergio Moro e promotor de Justiça
Dinheiro apreendido na operação que prendeu quadrilha que queria matar Moro
Carro de luxo na casa de um dos alvos
Operação ocorreu em várias unidades da Federação
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Sergio Moro e Lincoln Gakiya

Rafaela Felicciano/Metropoles e Alesp
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Polícia Federal fez operação nesta quarta-feira (22/3) contra PCC, que pretendia matar senador Sergio Moro e promotor de Justiça

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Dinheiro apreendido na operação que prendeu quadrilha que queria matar Moro

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Carro de luxo na casa de um dos alvos

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Operação ocorreu em várias unidades da Federação

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De acordo com Gakiya, que há 18 anos atua no combate ao PCC em São Paulo, a principal motivação para o plano de assassiná-lo é uma retaliação ao pedido feito por ele, em 2018, para isolar lideranças do PCC, como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, em presídios federais.

Marcola foi transferido do sistema penitenciário paulista para um presídio federal em Brasília em fevereiro de 2019. Meses depois, foi removido para uma unidade em Rondônia e depois voltou para a capital federal.

“Por conta dessa remoção, já havia e há diversos planos para me matar. Mas, durante essas investigações, que já temos aqui em São Paulo, surgiram informações sobre atentados a outras autoridades. E foi por isso que a gente compartilhou essas informações com a Polícia Federal, que deu início à operação deflagrada hoje”, explicou Gakiya.

O promotor disse ainda que os ataques seriam executados por um setor específico do PCC chamado de “Sintonia Restrita”, que o promotor batizou de “departamento de homicídios e atentados da fação paulista”.

“É um setor dentro da facção, com criminosos que têm expertise no manejamento de armamento pesado, geralmente envolvidos em roubos a bancos, de extrema periculosidade. Eles são destacados de outras funções dentro da facção para ficar à disposição apenas para a prática de atentados, sequestros e de resgates, como o que estava sendo planejado para o Marcola“, afirmou.

Fim das visitas íntimas

Gakiya disse também que a Polícia Federal ainda deve esclarecer as principais motivações da facção criminosa, mas acredita que Sergio Moro tenha entrado na mira do PCC após uma portaria baixada por ele, como ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro, que extinguiu as visitas íntimas para presos isolados no sistema penitenciário federal.

“Inclusive, há algumas semanas, o STF acabou arquivando uma ação que atacava justamente essa portaria. A ação pretendia que se voltassem as visitas íntimas aos presos isolados em presídios federais. Uma parte dessa portaria foi recepcionada pela Lei Anticrime e hoje, através de lei, essas visitas íntimas a presos como Marcola e outras lideranças estão proibidas no sistema penitenciário federal”, disse.

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