Guarulhos: refugiados irão para colônia de férias em Praia Grande
Grupo de 150 refugiados afegãos que está no Aeroporto de Guarulhos deve ser levado para espaço que pertence a Sindicato dos Químicos
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – O grupo de refugiados afegãos que está acampado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, será transferido para a Colônia de Férias do Sindicato dos Químicos em Praia Grande, no litoral paulista.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, 150 imigrantes serão levados para o local entre hoje e amanhã.
A medida foi tomada em uma ação conjunta com o Governo de São Paulo, as prefeituras de Praia Grande e Guarulhos, e entidades como Acnur e Cáritas.
O ministério não deu detalhes sobre como será a hospedagem no espaço. O Metrópoles questionou a pasta nesta sexta-feira (30/6), mas até o momento não obteve resposta do órgão.
Na noite desta quinta (29), representantes dos governos federal, estadual e municipal estiveram no Aeroporto de Guarulhos para discutir uma solução para o caso. Inicialmente, as autoridades tinham prometido transferir os afegãos para um hotel e a notícia foi recebida com emoção pelas famílias acampadas.
“As mulheres caíram no choro e nós também”, conta a voluntária Aline Sobral. Ela é presidenta do Coletivo Frente Afegã, que auxilia no acolhimento dos refugiados desde setembro do ano passado.
Até a publicação desta reportagem, os afegãos não tinham sido informados sobre o horário em que seriam transferidos para Praia Grande.
Surto de sarna
Mais de 20 refugiados foram diagnosticados com sarna na última semana. As condições que o grupo tem enfrentado ao desembarcar em São Paulo favorecem o aparecimento e a transmissão de doenças. Sem vagas em abrigos, eles dormem no chão e improvisam barracas com cobertores doados.
Os afegãos também sofrem com a falta de atendimento para outros problemas como convulsões, hipertensão, dores e até piolhos. O Ministério da Saúde publicou nesta quinta portaria criando grupo de trabalho para discutir a Política Nacional de Saúde das Populações Migrantes, Refugiadas e Apátridas.
O grupo de trabalho criado pela portaria será composto por integrantes de sete áreas diferentes do governo, como Secretaria de Saúde Indígena e Assessoria Especial de Assuntos Internacionais.
O objetivo principal é elaborar a proposta da Política Nacional de Saúde das Populações Migrantes, Refugiadas e Apátridas, apontando diretrizes para o cuidado com essas populações, além de sistematizar planos de ação para o atendimento a esses grupos.