Guarujá: polícia caça dono de biqueira do PCC onde soldado da Rota foi morto
PM da Rota, Patrick Bastos Reis foi morto com um tiro no tórax na biqueira da Seringueira, no Guarujá, no dia 27 de julho
atualizado
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São Paulo – A juíza Denise Gomes Bezerra Mota, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), deu ordem na quarta-feira (9/8) para que a Polícia Civil instaure novo inquérito e vá atrás do dono da biqueira da Seringueira, no Guarujá, no litoral paulista. A boca de fumo é onde o policial militar Patrick Bastos Reis, de 30 anos, da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), foi assassinado.
Segundo testemunhas, o ponto de tráfico de drogas pertence a um homem identificado apenas como Simion, que também atuaria no ramo de ferro-velho na região. No local, além de entorpecentes e materiais relacionados à venda ilícita, policiais encontraram uma lixeira com a inscrição 1533 – uma referência ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
A investigação da morte do PM aponta, ainda, que a gerência do local seria exercida por um criminoso de prenome Biara, responsável por definir o preço e repassar a droga aos vendedores da região. Também é atribuída a ele uma suposta ordem para que seguranças da biqueira não atirassem contra policiais.
A recomendação, no entanto, foi desrespeitada no dia 27 de julho. Na ocasião, uma viatura da Rota foi recebida a tiros ao manobrar nas proximidades da biqueira da Seringueira. O soldado Patrick Bastos Reis foi atingido por um disparo no tórax e morreu. Outro PM, alvejado na mão, precisou ser hospitalizado. Três homens são reús pelos crimes (foto em destaque).
O primeiro inquérito policial foi relatado no dia 4 de agosto e apontou três supostos seguranças da biqueira como suspeitos pelo assasinato do PM da Rota. A investigação, no entanto, não identificou quem seriam Simion e Biara.
Morte do PM
Para a Polícia Civil, o autor do tiro que matou o policial é Erickson David da Silva, o Deivinho, de 28 anos, que atuaria como “segurança” da boca de fumo. Apesar de admitir estar no local na hora do crime, ele nega que tenha apertado o gatilho.
Marco Antônio de Assis Silva, 26, o “Mazaropi”, e Kauã Jazon da Silva, 20, que é irmão de Deivinho, também foram indiciados. Segundo a investigação, eles “dividiam as funções e nada fizeram para conter a ação de Deivinho”.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) acatou a versão policial e ofereceu denúncia contra os três homens na segunda-feira (7/9). Entretanto, a promotoria pediu uma série de diligências, como a realização de confronto balístico.
O MPSP mandou, ainda, a polícia fazer perícia no local para descrever “de onde os tiros foram disparados, posição dos suspeitos, posição da viatura, visibilidade dos envolvidos”.
A juíza Denise Gomes Bezerra Mota, da 1ª Vara Criminal do Guarujá, considerou que havia indícios de autoria, aceitou a denúncia do MPSP e concordou em manter os três acusados presos preventivamente.
“A estreita ligação dos réus com a criminalidade evidenciam a periculosidade real que coloca em risco a ordem pública”, escreveu a magistrada. “Restou demonstrada nos autos a existência de uma associação armada que atuava na biqueira da Silveira, voltada para a prática dos crimes de tráfico de drogas”.