Guarujá: não houve perícia onde homem foi baleado em nova operação
No registro da ocorrência, a polícia informou que a perícia não foi realizada porque a “comunidade ficou inconformada” com a situação
atualizado
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São Paulo — O local em que Matheus dos Santos Silva, de 19 anos, foi baleado na cabeça por policiais do 2º BPChoque na Vila Edna, no Guarujá, não passou por perícia, de acordo com o registro da ocorrência. A Polícia Civil diz no BO que a perícia não foi realizada porque a “comunidade ficou inconformada” com a situação e estava “tumultuando o local”.
Segundo o registro, foi realizado apenas o exame residuográfico, que coleta possíveis vestígios de pólvora nos policiais envolvidos na ocorrência.
Matheus foi socorrido pelo Samu e levado para o Hospital Santo Amaro. Até a manhã desta sexta-feira (19/4), ele permanecia internado. Não há informações sobre seu estado de saúde.
A versão da polícia é que Matheus teria resistido à abordagem, tido um “debate acalorado” com os policiais e tentado tomar a arma de um dos PMs, que atirou na parte esquerda do rosto dele.
Desaparecimento de soldado
Matheus é a primeira pessoa a ser baleada em uma incursão policial no Guarujá desde que o governo do estado deflagrou uma nova operação de combate ao crime organizado, no último dia 16. O reforço do policiamento na região ocorre enquanto equipes da Polícia Civil e Polícia Militar procuram pelo soldado Luca Angerami, de 21 anos, que desapareceu no último domingo (14/4).
O anúncio da nova operação foi feito pelo governador cerca de duas semanas após o fim da Operação Verão, deflagrada em fevereiro após a morte de policiais na Baixada Santista, e teve oficialmente um saldo de 56 mortes e diversas denúncias de execuções sumárias e tortura.
No dia em que a nova operação foi deflagrada, o coronel Emerson Massera, porta-voz da PM, chegou a dizer que se tratava de uma nova Operação Escudo, nome dado à operação deflagrada pela Polícia Militar no Guarujá no segundo semestre do ano passado, após a morte do soldado da Rota Patrick Bastos Reis, e que terminou com 28 mortos.
No dia seguinte, no entanto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), negou a informação de que era uma Operação Escudo e disse que não havia um nome para o reforço do policiamento.