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Guarujá: moradores relatam tremor em prédio devido a obras de piscinão

Moradores de conjunto habitacional no Guarujá convivem com tremores diários depois de obras em terreno vizinho; fendas abertas chegam a 5 cm

atualizado

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Prefeitura de Guarujá
Prédios do conjunto habitacional
1 de 1 Prédios do conjunto habitacional - Foto: Prefeitura de Guarujá

São Paulo — Moradores do Bloco 33b do Conjunto Habitacional Wilson Sório, no Guarujá, litoral de São Paulo, enfrentam dias de angústia desde que a prefeitura da cidade começou a escavar a vizinhança para a construção de uma piscinão. Eles relatam que as obras têm causado tremores e rachaduras na estrutura dos prédios (vídeo abaixo) e temem um desabamento.

Lilian Shichito, moradora do bloco há 5 anos, foi uma das primeiras a perceber as rachaduras, em março de 2022, quando começou a construção do Piscinão 3, pela empreiteira Terracom sob licitação da Prefeitura do Guarujá para resolver problemas de alagamento na região. Segundo ela, o problema parou enquanto o projeto ficou inativo, entre 2022 e 2023, mas voltou no início de 2024, quando as máquinas voltaram a operar.

“Tem tremor todos os dias, inclusive à noite, depois das 22h, quando já não tem mais máquina trabalhando na obra. Você sente, parece que a terra está se acomodando. O engenheiro garante que não vai acontecer nada, mas por que, então [o prédio] continua se mexendo depois que eles param? Por que a terra continua se acomodando? Deve ter algum vão lá embaixo, alguma coisa assim. Quem é que pode garantir que não tem?”, questiona Lilian.

A movimentação na estrutura aumentou o tamanho das rachaduras na parede e Lilian pretende se mudar do local em breve: “E se acontecer alguma coisa? A vida ninguém paga, né? Eles tentam nos tranquilizar, mas não tem como ficar tranquilo com isso”, Lilan diz.

A moradora Vanessa, que não quis ter o sobrenome identificado, compartilha das preocupações e também pretende deixar o bloco. Ela vem observando o crescimento de uma fenda na escada que conecta os andares do bloco: “Aqui fora, nas escadarias, a abertura já é de 5 centímetros… isso é sério”.

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Rachaduras no Bloco 33B
Rachaduras no Bloco 33B
Rachaduras no Bloco 33B
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Rachaduras no Bloco 33B

Arquivo Pessoal/ Lilian Schitino
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Rachaduras no Bloco 33B

Arquivo Pessoal/ Lilian Schitino
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Rachaduras no Bloco 33B

Arquivo Pessoal/ Lilian Schitino
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Rachaduras no Bloco 33B

Arquivo Pessoal/ Lilian Schitino

Ambas as moradoras relatam sentir tremores frequentes, especialmente quando há atividades de construção: “Na minha casa, só a porta rachou um pouco, mas eu sinto tremer. Eu sinto tremer quando eles mexem aqui na macrodrenagem. Quando eles estão tirando uma coluna do chão, da terra, balança tudo aqui”, contou Vanessa ao Metrópoles.

Quebra de braço 

O Bloco 33b é um dos 14 blocos do Conjunto Habitacional de 320 apartamentos, construído pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) na década de 1990 no bairro Santo Antônio. Sônia da Silva, que mora no local desde 1993, lembra que o bloco tem problemas de infraestrutura desde a inauguração e que foi alvo de uma ação civil pública em 2010.

A Prefeitura do Guarujá disse em nota que a Terracom, empresa responsável pelas obras, fez uma vistoria antes do início das obras e detectou “patologias estruturais na construção”. Segundo a prefeitura, a Secretaria de Infraestrutura e Obras (Seinfra), junto com técnicos da Terracom, e agentes da Defesa Civil têm ido constantemente ao local para conversar com os moradores e acompanhar a situação.

Procurada pelo Metrópoles, a CDHU disse que o conjunto habitacional recebeu obras de recuperação e revitalização entre 2013 e 2016, e que, na ocasião “não foi verificado, nada que colocasse em risco a segurança dos prédios do conjunto”. A Companhia ainda disse que enviou um engenheiro para fazer verificações no local nesta quarta-feira (10/4).

Enquanto isso, as moradoras reclamaram à reportagem que não sabem o que fazer. “Eles nunca dão uma resposta assertiva para a gente. Não passam relatórios por escrito. Só ficam falando, ‘não vai cair, não vai cair, não vai cair’. E a gente só escuta isso de todos os lados. Então, a gente se sente inseguro, sim, porque isso aqui treme”, desabafou Vanessa.

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