Caso Gritzbach: denúncia anônima levou a esquema de PMs ligados ao PCC
Um denúncia anônima de março de 2024 levou Corregedoria a esquema de vazamento de informações de PMs ao PCC
atualizado
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São Paulo — Uma denúncia anônima de março de 2024 levou a Corregedoria da Polícia Militar ao policial militar apontado como responsável pela morte do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) Vinícius Gritzbach. O policial foi identificado como o cabo Dênis Antonio Martins.
Na manhã desta quinta-feira (16/1), a Corregedoria realizou uma operação para prender policiais militares envolvidos no caso.
Segundo informações da Corregedoria, a denúncia apontava possíveis vazamentos de informações sigilosas da polícia que favoreciam criminosos ligados à facção.
Essa denúncia levou à instauração de um inquérito policial em outubro de 2024, que apurou que policiais militares, inclusive da ativa, vazavam informações estratégicas que permitiam que membros da organização criminosa evitassem prisões e prejuízos financeiros.
O que aconteceu
- Uma denúncia anônima de março de 2024 levou a Corregederia a um esquema de vazamento de informações da Polícia Militar de São Paulo ao PCC;
- Em outubro de 2024, um inquérito policial foi instaurado para apurar o esquema;
- As investigações levaram à descoberta do possível atirador e dos outros policiais militares identificados como integrantes da escolta particular de Vinícius Gritzbach;
- Na manhã desta quinta-feira (16/1) foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva e 7 mandados de busca e apreensão em endereços na capital e Grande São Paulo;
- Apurou-se que policiais militares prestavam escolta privada a Gritzbach, apesar de seu histórico criminal. As investigações apontaram que tais ações caracterizavam a integração de policiais à organização criminosa, conforme previsto na Lei Federal nº 12.850/13;
- Entre os principais beneficiados pelo esquema de vazamento de informações estavam líderes e integrantes da facção criminosa PCC, alguns já falecidos, outros procurados, como Marcos Roberto de Almeida, conhecido como “Tuta”, e Silvio Luiz Ferreira, apelidado de “Cebola”
Caso Gritzbach
Vinicius Gritzbach, de 38 anos, foi executado no dia 8 de novembro de 2024, na frente de sua namorada e de dezenas de testemunhas na área de desembarque do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Foram disparados, ao todo, 29 tiros de fuzil.
Ele era jurado de morte pelo PCC e acabava de retornar de uma viagem ao Nordeste, onde permaneceu sete dias com a namorada e seguranças particulares, entre eles um policial militar.
Em uma delação explosiva, Gritzbach detalhou como a facção lavava dinheiro, além de revelar as extorsões realizadas por policiais civis. Tanto policiais civis quanto militares investigados pela força-tarefa foram afastados de suas funções.
Em nota enviada ao Metrópoles, a Polícia Militar disse que “reitera seu compromisso com a ética e a legalidade, combatendo com rigor qualquer desvio de conduta que comprometa a confiança da sociedade”.