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Assembleia da categoria mantém greve da educação municipal de SP

Escolas estão sem aulas desde o dia 8 de março; profissionais em greve pedem reajuste salarial de 39%, mas prefeitura oferece apenas 2,16%

atualizado

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IMAGEM colorida mostra protesto de professores
1 de 1 IMAGEM colorida mostra protesto de professores - Foto: Reprodução

São Paulo – Os servidores da rede municipal de ensino votaram por manter a greve iniciada pela categoria no dia 8 de março por tempo indeterminado. A decisão foi tomada durante assembleia nesta terça-feira (19/3).

Os grevistas se reuniram por volta do meio-dia em frente à sede da Prefeitura de São Paulo e participaram de uma caminhada até a Câmara Municipal – os vereadores devem votar nos próximos dias o projeto de lei sobre o reajuste salarial da categoria.

A gestão Ricardo Nunes (MDB) propõe 2,16% de reajuste aos servidores, mas o grupo reivindica 39% de aumento. O percentual, afirmam os sindicatos, se refere às perdas salariais dos últimos três anos.

Os servidores também defendem pautas como a manutenção de incentivos para a formação continuada, o aumento das rondas escolares e a criação de grupos de trabalho para debater a educação inclusiva e a saúde dos profissionais da rede.

Em meio ao impasse entre Prefeitura e grevistas, pais de estudantes matriculados da rede municipal afirmam que não têm com quem deixar as crianças e lamentam a paralisação.

“Nós, mães que trabalhamos, não temos condições de pagar caro para [alguém] olhar nossos filhos”, afirma Deyse Apolinário, que tem um filho matriculado no CEI Jardim Macedônia, na zona sul da cidade. 

Em entrevista ao Metrópoles, uma professora que aderiu à paralisação afirma que entende a situação das famílias e culpa o governo pela suspensão das aulas.

“Infelizmente o único meio que a gente tem para negociar é a greve. Já houve outras tentativas de diálogo, de resolver isso da melhor maneira, e eles [gestão da Prefeitura] simplesmente não querem. Acham que isso é questão partidária e não é”, diz a professora, que atua em Itaquera, na zona leste, e preferiu não se identificar por medo de represálias.

“A gente precisa melhorar a nossa condição de trabalho para poder dar um atendimento digno para as crianças”, afirma a educadora.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo disse que “lamenta que os sindicatos se pautem por uma agenda político-partidária completamente desvinculada do compromisso com o atendimento das crianças ao serviço essencial que é a Educação. Nesta terça-feira (19/3), 6% das mais de 4 mil unidades educacionais informaram que não tiveram atendimento. As ausências não justificadas serão descontadas, conforme a legislação. A Pasta irá providenciar professores para atendimento dos estudantes”.

Por meio da Secretaria Municipal de Gestão, a administração municipal afirma ter apresentado aos servidores, no último dia 7 de março, a proposta de reajuste na remuneração de 2,16%, que considera a inflação medida pelo índice IPC-Fipe, para período maio/23 a fevereiro/24 e inclui também o vale-alimentação e o auxílio-refeição.

Segundo a prefeitura, a proposta contempla acréscimo de 3,62%, mesmo aumento dado pelo governo federal no inicial da carreira dos professores, mantendo-o ainda, acima do piso nacional estipulado pelo Ministério da Educação. Além de propor a antecipação da data de pagamento do Prêmio de Desempenho Educacional (PDE) destinado à área da educação.

A Secretaria Municipal da Educação orienta os responsáveis pelos alunos a acionar a Diretora Regional de Educação da região em caso de escola sem atendimento.

Ainda de acordo com a prefeitura, todas as medidas cabíveis serão tomadas e os cidadãos também podem se manifestar pela Ouvidoria (ogm@prefeitura.sp.gov.br) ou pelo portal 156.

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