Greve na USP: deputado pede expulsão de alunos por “vandalismo”
Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) estão em greve há mais de uma semana em protesto contra a falta de professores
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – O deputado estadual Leonardo Siqueira (Novo) solicitou que o secretário Vahan Agopyan (Ciência, Tecnologia e Inovação), ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP), investigue e puna estudantes que teriam promovido “atos de vandalismo” em meio à greve na instituição – em alguns casos, a punição prevista pelo regimento interno pode acarretar na expulsão dos alunos.
Os estudantes da USP estão em paralisação há mais de uma semana em protesto contra a falta de professores. Entre 2014 e 2022, a universidade perdeu mais de 900 docentes, segundo dados da própria instituição.
Os alunos têm promovido protestos no campus da universidade, no Butantã, zona oeste da capital paulista, e feito barricadas com cadeiras para impedir o acesso às salas de aula de pessoas contrárias à greve.
Em requerimento de informação publicado no Diário Oficial, o deputado criticou a derrubada de uma cerca instalada no espaço de convivência estudantil conhecido como Prainha.
“O ambiente universitário é um espaço que valoriza a liberdade de expressão e a diversidade de pensamentos. No entanto, é fundamental repudiar e condenar veementemente a parcela de manifestantes que opta por interromper aulas e causar danos ao patrimônio público. Essas ações não apenas geram custos financeiros para o Estado, mas também prejudicam outros alunos da universidade”, argumentou Siqueira.
O deputado – defensor da cobrança de mensalidade em universidades públicas – é o representante da Assembleia Legislativa (Alesp) no Conselho Consultivo da USP, que atua em questões administrativas da instituição.
No requerimento, o parlamentar afirma que o regime disciplinar na USP prevê, inclusive, expulsão para casos de depredação do patrimônio.
“A punição desses atos de vandalismo é necessária para deixar claro que tais comportamentos não serão tolerados, assegurando assim um ambiente acadêmico mais seguro e produtivo para todos os envolvidos”, disse.
Os estudantes da USP pretendem fazer um grande ato no dia 3 de outubro, mesma data em que funcionários do Metrô, da CPTM e da Sabesp marcaram uma paralisação contra o projeto de privatizações do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).