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Greve na USP completa uma semana e reitoria faz 2ª reunião com alunos

Estudantes paralisaram atividades em protesto contra falta de professores; em oito anos, USP perdeu mais de 900 educadores

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João Vitor Pereira
Imagem colorida mostra caminhada de estudantes da USP em direção ao Largo da Batata - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra caminhada de estudantes da USP em direção ao Largo da Batata - Metrópoles - Foto: João Vitor Pereira

São Paulo — A greve dos estudantes da Universidade de São Paulo (USP) completa uma semana nesta quinta-feira (28/9) com uma reunião entre representantes dos alunos e da reitoria.

Este é o segundo encontro entre os dois lados da greve desde que os estudantes decidiram paralisar as atividades em protesto contra a falta de professores.

A expectativa dos alunos é a de que a reitoria cumpra a promessa feita na última reunião e apresente uma proposta para as reivindicações do grupo.

“[Vamos ver] se eles vão ter alguma proposta, por exemplo, numérica, de professores a mais que vão ser contratados”, afirma o estudante de Letras Francisco Napolitano. Questionada pelo Metrópoles, a universidade não deu detalhes sobre a negociação.

Diretor do centro acadêmico do curso de Letras, Francisco explica que eventuais propostas feitas pela reitoria serão levadas para votação na Assembleia Geral dos Estudantes, que deliberará pela continuidade ou não da greve.

Os alunos reivindicam que a universidade contrate mais professores para cobrir os desfalques gerados por aposentadorias e falecimentos. Entre 2014 e 2022, a USP perdeu mais de 900 professores, segundo dados da própria instituição.

A universidade alega que iniciou um processo para contratar 879 educadores e que 238 vagas já foram preenchidas, mas os alunos afirmam que o número é insuficiente já que parte das contratações será destinada a projetos de inovação e não à reposição dos quadros com desfalques.

“Mesmo com esse anúncio de contratação, o curso de coreano vai fechar no ano que vem, não vai receber ingressantes [por falta de professores]”, afirma Francisco.

Sem educadores, vários cursos interromperam o oferecimento de disciplinas obrigatórias neste ano, atrasando a formação de alunos.

Os estudantes defendem que a universidade volte a fazer a reposição imediata das vagas abertas em casos de aposentadorias, como acontecia até 2014, segundo eles.

Auxílio permanência

Além da reivindicação por mais professores, os grevistas também pedem a ampliação do auxílio permanência. Os alunos afirmam que a quantidade de bolsas oferecidas não contempla todos que precisam do benefício.

“A cada ano que passa a USP tem mais estudantes pretos, pardos e indígenas, tem mais estudantes oriundos de escolas públicas. É um perfil muito diferente do que era antes da política de cotas, por exemplo. Então, quando você tem mais gente de um ciclo social mais vulnerável você precisa aumentar a quantidade de bolsas, precisa aumentar a verba para permanência”, diz Francisco.

A greve discente já atinge pelo menos 12 unidades, segundo levantamento da USP. Nesta terça-feira (27/9), a Associação de Docentes da universidade anunciou paralisação de uma semana.

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