Greve: Juíza decide que CPTM deve ter efetivo total em horário de pico
Segundo a decisão, os períodos entre 4h e 10h e 16h e 21h devem ter 100% dos funcionários da CPTM trabalhando; no restante do tempo, 80%
atualizado
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São Paulo – A juíza Raquel Gabbai de Oliveira, do Tribunal do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), decidiu, no fim da tarde desta quinta-feira (28/9) que a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) deve funcionar com efetivo total nos horários de pico no dia 3 de outubro.
No restante do tempo, segundo a decisão, 80% dos funcionários devem trabalhar. Uma greve coletiva está prevista para a próxima terça-feira em São Paulo com a participação de trabalhadores do Metrô e da Sabesp.
Raquel Gabbai de Oliveira definiu os horários de pico como os períodos entre 4h e 10h e entre 16h e 21h.
“Os percentuais definidos se aplicam a todos os responsáveis pelos serviços de operação de trens, como aos maquinistas, pessoal das estações, segurança, manutenção e operação”, diz nota publicada pelo TRT-2.
A juíza do TRT-2 também recusou a proposta de liberação das catracas nas estações de trem, que havia sido defendida pelo sindicato dos ferroviários. Ela estabeleceu ainda uma multa diária de R$ 500 mil em caso de descumprimento da decisão.
Na CPTM, a greve deve atingir todas as linhas da rede, exceto a 8-diamante e a 9-esmeralda, que são administradas pela concessionária ViaMobilidade.
No Metrô, a previsão é que as linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata sejam afetadas. As linhas 4-amarela e 5-liás de metrô, que são privatizadas, devem manter a operação regular.
Paralisação
Os sindicatos que representam metroviários, ferroviários e funcionários da Sabesp confirmaram, nesta quinta-feira (28/9), a realização da greve prevista para o próximo dia 3, contra privatizações e concessões feitas pelo governo de São Paulo.
Em entrevista coletiva, a presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, propôs que as linhas do Metrô afetadas pela greve – 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata – funcionem com catracas abertas, sem a cobrança de tarifa, permitindo a circulação normal dos usuários.
“A gente se propõe a trabalhar com as catracas abertas. Se o governador topar o desafio, a gente se propõe a trabalhar com as catracas abertas para não prejudicar o trânsito da população. Mas ele não pode mentir, como ele fez em março. Na época, ele topou, nós estávamos prontos para trabalhar com catraca livre, mas ele recuou”, disse Camila.
Questionada sobre reivindicações das categorias para que a greve não aconteça, a presidente do Sindicato dos Metroviários disse que, até o momento, o governo do estado “não chamou ninguém para conversar”.
Ao Metrópoles, um auxiliar do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que greves motivadas por privatização não têm previsão legal, ao contrário de paralisações que servem como instrumento de pressão durante campanhas salariais, por exemplo.
A entrevista coletiva desta quinta-feira (28/9) também contou com a participação de Eluiz Alves, presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo; Ronaldo Leite, diretor do Sindicato da Central do Brasil, que também representa ferroviários; e José Faggian, presidente da Sintaema, que representa Sabesp e Cetesb. Ele reafirmaram as críticas às privatizações e ao governo.
Segundo Camila Lisboa, o Sindicato dos Metroviários fará um “ato-assembleia” na segunda-feira (2/10), véspera da greve, para realizar uma votação simbólica sobre a paralisação.