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Greve deixa escolas e creches municipais sem aulas em São Paulo

Paralisação é um protesto contra reajuste de 2,16% concedido pela gestão Ricardo Nunes; prefeitura fala em adesão de 3,4% das unidades

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foto colorida de manifestação de funcionários públicos municipais em frente à Prefeitura de SP em protesto contra reajuste de 2,16% - Metrópoles
1 de 1 foto colorida de manifestação de funcionários públicos municipais em frente à Prefeitura de SP em protesto contra reajuste de 2,16% - Metrópoles - Foto: Reprodução/Redes Sociais

São Paulo — Parte das escolas e dos centros de educação infantil (CEIs) municipais de São Paulo está sem aulas após servidores da educação aprovarem uma greve por tempo indeterminado para pressionar a Prefeitura por reajuste salarial. A paralisação foi aprovada durante assembleia na sexta-feira (8/3), em ato em frente à Câmara dos Vereadores.

Na terça-feira (12/3), o movimento ganhou a adesão de outras categorias do funcionalismo público. Os servidores protestam contra o reajuste de 2,16% proposto pela gestão Ricardo Nunes (MDB) — a reivindicação dos servidores da educação é de 39% de aumento, referentes às perdas salariais dos últimos três anos.

Segundo a prefeitura, 3,4% das unidades educacionais não tiveram atendimento nessa quarta-feira (13/3) — o número exato de unidades e alunos afetados pela paralisação não foi divulgado.

Já Claudete Alves, presidente do Sindicato dos Educadores da Infância (Sedin), disse que a estimativa é de que 20% das escolas municipais aderiram à greve.

Um protesto realizado nessa quarta-feira em frente à prefeitura (foto de destaque) reuniu professores e demais representantes do funcionalismo municipal. Segundo Claudete Alves, o ato reuniu 6,5 mil pessoas. Uma nova manifestação está agendada para a próxima terça-feira (19/3).

Falta de professores

Em carta aberta à população divulgada na segunda-feira (11/3), a Coordenação das Entidades Sindicais Específicas da Educação Municipal (Coeduc) informou que boa parte das escolas municipais sofre com a falta de professores e de pessoal do quadro de apoio, especialmente após cortes de funcionários da limpeza, vinculados aos contratos com empresas.

“Muitas unidades educacionais ficaram sem serviços básicos de manutenção, limpeza de caixas d’água, dedetização e desratização, que deveriam ter sido feitos durante as férias”, diz a carta da Coeduc.

De acordo com Claudete Alves, do Sedin, a reivindicação de 39% refere-se à incorporação das gratificações dos abonos complementares dos últimos anos. “Em 2022, 2023 e este ano, a prefeitura deu aumento somente para quem recebia o piso, quem está no início da carreira. Os demais professores só receberam o reajuste concedido para os servidores em geral, que este ano foi de 2,16%.”

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), disse, em nota, “que está aberta uma mesa de negociação sobre a recomposição salarial para o ano de 2024”.

O Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), contudo, disse ao Metrópoles que reunião entre as partes, na quarta-feira, terminou sem acordo e a greve vai continuar.

2,3 milhões de refeições

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, não há autorização para suspensão das atividades nas unidades educacionais. “O atendimento aos estudantes é essencial para seu desenvolvimento, além de garantir a segurança alimentar com a distribuição de 2,3 milhões de refeições diárias”, informou.

“As ausências não justificadas serão descontadas, de acordo com a legislação, e a pasta irá providenciar professores para atendimento dos estudantes”, diz a nota.

A Secretaria da Educação disse lamentar que “os sindicatos se pautem por uma agenda político-partidária completamente desvinculada do compromisso com o atendimento das crianças ao serviço essencial que é a educação”.

“A SME orienta os responsáveis pelos alunos a acionar a Diretora Regional de Educação da região em caso de escola sem atendimento. Todas as medidas cabíveis serão tomadas”, informa.

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