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“Grande amigo”: a relação entre padre e ex-assessor de Bolsonaro preso

Segundo a PF, o padre José Eduardo participou de suposta articulação para manter Bolsonaro no poder em 2022 após derrota nas eleições

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O padre José Eduardo de Oliveira e Silva ao lado de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro - Metrópoles
1 de 1 O padre José Eduardo de Oliveira e Silva ao lado de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro - Metrópoles - Foto: Reprodução/Facebook

São Paulo – O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, alvo da Polícia Federal em operação deflagrada nessa quinta-feira (8/2) contra suspeitos de participarem de uma suposta tentativa de golpe de Estado, já fez uma postagem chamando Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL) preso pela PF, de “grande amigo”.

Segundo a PF, o padre José Eduardo participou de uma reunião no Palácio do Planalto, em 19 de novembro de 2022, junto de Filipe Martins e do advogado Amauri Feres Saad. O grupo, segundo as investigações, articulava uma forma de manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições daquele ano.

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O padre José Eduardo de Oliveira e Silva durante missa em outubro de 2018
O padre José Eduardo de Oliveira e Silva ao lado de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro
O deputado Eduardo Bolsonaro em reunião com o padre José Eduardo de Oliveira e Silva
O padre José Eduardo de Oliveira e Silva ao lado de Damares Alves
Padre José Eduardo de Oliveira e Silva ao lado do prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB)
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Segundo a PF, o religioso participou de reunião em 2022 para tratar do golpe. Ele nega

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O padre José Eduardo de Oliveira e Silva durante missa em outubro de 2018

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O padre José Eduardo de Oliveira e Silva ao lado de Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro

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O deputado Eduardo Bolsonaro em reunião com o padre José Eduardo de Oliveira e Silva

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O padre José Eduardo de Oliveira e Silva ao lado de Damares Alves

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Padre José Eduardo de Oliveira e Silva ao lado do prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB)

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Foto postada pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva no dia da votação do 1º turno das eleições de 2022

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Imagem publicada pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva rezando sobre o altar da igreja

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O padre José Eduardo de Oliveira e Silva ao lado do papa Francisco

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O padre José Eduardo de Oliveira e Silva ao lado do papa Bento XVI

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Martins foi assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República e está entre os detidos pela PF nessa quinta. Saad também foi alvo da operação e é apontado pela investigação como o redator da minuta golpista.

Na decisão que autorizou a operação, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que o padre integrava o “núcleo jurídico” do grupo que supostamente articulava o golpe.

“Como apontado pela autoridade policial, ‘José Eduardo possui um site com seu nome no qual foi possível verificar diversos vínculos com pessoas e empresas já investigados em inquéritos correlacionados à produção e divulgação de notícias falsas’”, diz a decisão de Moraes.

José Eduardo negou, em rede social, ter colaborado com a suposta tentativa de golpe. No entanto, ele não negou que tenha se reunido com Bolsonaro e Martins em novembro de 2022.

As relações do padre

Antigos frequentadores da igreja São Domingos em Osasco, na Grande São Paulo, na qual José Eduardo é pároco, relataram ao Metrópoles que, em 2018, o padre se manifestou diversas vezes a favor a eleição de Bolsonaro à Presidência, inclusive durante suas homilias.

“Ele fazia missas com a bandeira [nacional] para limpar o Brasil do PT nas eleições de 2018”, disse à reportagem um dos ex-frequentadores da paróquia, que pediu para não ser identificado.

Em 4 de janeiro de 2019, dias após a posse de Bolsonaro, José Eduardo publicou uma foto ao lado de Martins (imagem em destaque) com a seguinte legenda: “Com o querido Filipe Martins, novo assessor político da Presidência da República e grande amigo”, escreveu no Facebook.

Na imagem, os dois aparecem portando credenciais da posse de Bolsonaro. O padre também possui fotos com outros bolsonaristas como o general Walter Braga Netto, outro alvo da PF na investigação sobre a suposta tentativa de golpe, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), então ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, e a deputada Bia Kicis (PL-DF).

No início da noite de quinta, horas após ter sido alvo de busca e apreensão da PF, as fotos com Filipe, Damares e outros bolsonaristas foram deletadas das redes sociais do padre. José Eduardo está proibido de manter contato com os demais investigados, de deixar o país, e teve apreendidos seu passaporte, seu celular e seu computador.

No Facebook do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, há um registro de uma reunião com o padre José Eduardo em Brasília, em maio de 2019.

O encontro, conforme relatado pelo deputado, visava “analisar estratégias pró-vida no Congresso e como barrar o ativismo judicial, que busca através do STF criminalizar a homofobia e botar em risco a liberdade de expressão e religiosa em nome do politicamente correto.”

O padre José Eduardo de Oliveira e Silva segura bandeira do Brasil durante missa em outubro de 2018 - Metrópoles
O padre José Eduardo de Oliveira e Silva durante missa em outubro de 2018

Padre acusou STF de ativismo

Em 2018, o padre foi um dos representantes da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em audiência no STF para discutir se o aborto deveria ser descriminalizado. Contrário ao procedimento, José Eduardo acusou a Corte de “ativismo”.

“Esta audiência não se presta para o fim para o qual foi convocada. Presta-se apenas para o ativismo desta Corte”, disse ele na ocasião.

O padre foi condecorado por sua “aguerrida” defesa da família pelo prefeito paulistano Ricardo Nunes (MDB) quando este ainda era vereador.

Procurada pelo Metrópoles, a assessoria do padre disse que qualquer pedido relacionado a ele deveria ser “direcionado à assessoria de comunicação da Diocese de Osasco”.

Já a Diocese de Osasco afirmou ter recebido a notícia por meio das mídias sociais e declarou, em nota, que irá colaborar com as autoridades na elucidação do caso.

“Esclarecemos que, por não possuirmos nenhuma informação oficial das autoridades competentes, aguardaremos a conclusão do caso”, disse o texto.

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