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Grampo do MPSP mostra pagamento de propina a vereador em fraude do PCC

Vereador, empresário e outras 13 pessoas foram alvo de operação do MPSP contra fraude do PCC em contratos públicos em São Paulo

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Montagem com duas imagens. À esquerda, foto de Inha. À direita, foto de Latrell
1 de 1 Montagem com duas imagens. À esquerda, foto de Inha. À direita, foto de Latrell - Foto: Reprodução

São Paulo – Investigação interceptou troca de mensagens que revelam suposto acordo de propina entre o vereador Flavio Batista de Souza (Podemos), o Inha, de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, e o empresário Vagner Borges Dias, conhecido como Latrell Brito. Os dois foram alvos de operação contra fraudes em contratos públicos em benefício de empresas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) nesta semana.

O esquema foi descoberto no âmbito Operação Mutidia, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), na última terça-feira (16/4). Alvos de mandado de prisão, Inha está detido temporariamente e Latrell não foi capturado. O foragido é considerado o cabeça das fraudes.

No relatório de investigação, o MPSP juntou conversa (veja abaixo), por meio de áudios e mensagens no WhatsApp, que mostra como os pagamentos de propina eram feitos e detalhes do acerto.

“Verdade, tinha esquecido. Pega 7 aqui, fica faltando 500 que mando mês que vem”, diz Latrell, em uma das mensagens. Segundo a promotoria, as cifras eram relativas a um pagamento mensal em decorrência de contrato de serviço de limpeza com a prefeitura de Ferraz. O valor no contrato chegaria a R$ 267,9 mil, de acordo com o relatório.

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Linha e Latrell são alvos de operação contra fraudes do PCC em contratos públicos
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Esquema

O MPSP também afirma que as cifras citadas pelo empresário correspondem exatamente a 7% das notas pagas pela prefeitura. O cálculo do percentual da propina é descrito pelo próprio alvo em uma das mensagens.

“A conta certa já fez, filho”, escreve Latrell, antes de explicitar como chegou ao montante que seria destinado a Inha. “18.758,68 [que é 7% de R$ 267,9 mil] – [menos] 15.000 = 3.758,68 x 2 = 7.517,36”.

Em conversa posterior, o vereador cumprimenta o empresário, que pergunta: “Consegue pegar em Mogi? Está na mão”.

O parlamentar responde: “Vou lá, mas preciso falar sobre os controles de acesso. Manda o endereço?”.

Pagamento

Na sequência, Latell manda uma mensagem para uma funcionária da sua empresa. “Separa 17 mil para o Inha. Ele vai buscar aí. Está no meu cofre”, afirma.

A funcionária, então, manda uma foto do dinheiro em espécie, guardado no cofre, e responde: “Tinha 40. Fica 23.”

Depois, o empresário instrui a funcionária a repassar as notas de maior valor, para que o total do dinheiro fizesse menos volume. “Vai tirar as notas maiores pra ficar menos volume. Aí dá o volume para ele.”

Em seu terceiro mandato, Inha foi presidente da Câmara de Vereadores de Ferraz de Vasconcelos até dezembro de 2022. O Metrópoles não localizou a defesa dos citados. O espaço segue aberto para manifestação.

Operação do MPSP

De acordo com as investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), empresas ligadas a Latrell fecharam diversos contratos com prefeituras, câmaras municipais e governo estadual, por meio do pagamento de propina a autoridades e da simulação de concorrências em licitações.

Durante a operação, também foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão. Seis deles em endereços ligados a Latrell Brito, em Mogi das Cruzes, Suzano e Guarulhos.

Três vereadores de diferentes cidades do estado de São Paulo foram presos: Ricardo Queixão (PSD), de Cubatão; Luiz Carlos Alves Dias (MDB), de Santa Isabel, além de Inha.

A operação também mirou outros 11 alvos. Destes, o único que segue foragido é o advogado Dário Reisinger Ferreira.

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