metropoles.com

Governo Tarcísio vê adesão menor à greve como vitória e lista motivos

Greve contra as privatizações do governo Tarcísio paralisou menos linhas de trens e metrô do que em protesto semelhante feito em outubro

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Governo do Estado de São Paullo
Imagem colorida mostra Tarcísio de Freitas, homem branco, grisalho, de terno azul escuro e camisa azul clara, falado ao microfone em um púlpito no palácio dos bandeirantes, entre câmeras - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Tarcísio de Freitas, homem branco, grisalho, de terno azul escuro e camisa azul clara, falado ao microfone em um púlpito no palácio dos bandeirantes, entre câmeras - Metrópoles - Foto: Governo do Estado de São Paullo

São Paulo — O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) considerou uma vitória política a adesão menor à greve unificada de 24 horas deflagrada nessa terça-feira (28/11) por sindicatos de funcionários do Metrô, da CPTM e da Sabesp contra o plano de privatizações do governador.

Além de um apoio reduzido dos trabalhadores, a paralisação dessa terça-feira também afetou menos trechos e estações das linhas de trem e metrô da capital e da Grande São Paulo do que na greve realizada no dia 3 de outubro pelas mesmas entidades e pelo mesmo motivo.

12 imagens
Acesso à CPTM na estação Itaquera em dia de greve em SP
Fila de passageiros à espera de ônibus no entorno da estação Itaquera do Metrô em dia de greve em SP
Placa na estação Barra Funda do metrô alerta para paralisação dos metroviários
Sindicalistas protestam na estação Barra Funda em dia de greve em SP; acesso ao metrô está fechado
Acesso fechado à estação Jabaquara do Metrô em dia de greve em SP
1 de 12

Portão de acesso à linha 3 vermelha fechado na Estação Itaquera do Metrô em dia de greve em SP

Leonardo Amaro/Metrópoles
2 de 12

Acesso à CPTM na estação Itaquera em dia de greve em SP

Leonardo Amaro/Metrópoles
3 de 12

Fila de passageiros à espera de ônibus no entorno da estação Itaquera do Metrô em dia de greve em SP

Leonardo Amaro/Metrópoles
4 de 12

Placa na estação Barra Funda do metrô alerta para paralisação dos metroviários

Renan Porto/Metrópoles
5 de 12

Sindicalistas protestam na estação Barra Funda em dia de greve em SP; acesso ao metrô está fechado

Renan Porto/ Metrópoles
6 de 12

Acesso fechado à estação Jabaquara do Metrô em dia de greve em SP

Jéssica Bernardo/Metrópoles
7 de 12

Movimento de passageiros em frente à estação Jabaquara, fechada em dia de greve em SP

Jéssica Bernardo/Metrópoles
8 de 12

Acesso fechado à estação Jabaquara do Metrô em dia de greve em SP

Jéssica Bernardo/Metrópoles
9 de 12

Ponto de táxi lotado na estação Itaquera em dia de greve do Metrô e da CPTM

Leonardo Amaro/Metrópoles
10 de 12

Funcionamento parcial da CPTM na estação Barra Funda em dia de greve em SP

Renan Porto/Metrópoles
11 de 12

Ponto de ônibus lotado no entorno da estação Jabaquara em dia de greve em SP

Jéssica Bernardo/Metrópoles
12 de 12

Ponto de ônibus lotado no entorno da estação Jabaquara em dia de greve em SP

Jéssica Bernardo/Metrópoles

Para o governo, o cenário mostra que a estratégia adotada para enfraquecer o movimento grevista foi eficaz. A principal delas foi a decisão de “individualizar condutas”, prometendo punição a todos os funcionários que não cumprissem a escala de trabalho previamente definida pelas empresas.

O governo se valeu de uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que reconheceu o direito dos servidores em fazer a greve, mas determinou percentuais mínimos de pessoal em serviço — 80% no caso de Metrô e Sabesp e 85% no caso da CPTM —, para elaborar a estratégia da individualização das punições.

No caso da CPTM, por exemplo, o presidente da companhia, Pedro Moro, disse que criou uma “lista randomizada” que escalou servidores cuja presença foi obrigatória. Ao todo, 15% dos funcionários foram excluídos dessa lista de forma aleatória, para cumprir o percentual determinado pela Justiça. “Não é que estavam dispensados, mas estes não seriam punidos”, disse Moro.

Durante a manhã, um balanço do próprio governo apontou que 70% dos ferroviários e 80% dos funcionários da Sabesp haviam comparecido ao trabalho. Tarcísio admitiu que seu “problema” era o Metrô, onde apenas 12% dos metroviários estavam trabalhando nas primeiras horas do dia. Ainda assim, a extensão da paralisação na rede foi menor do que há menos de dois meses.

A presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, disse que o governo conseguiu manter operação parcial nas linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha graças a um plano de contenção que incluiu mandar para as estações funcionários administrativos da companhia que trabalham como supervisores.

“Operar o Metrô com pessoas que não tem experiência, nem treinamento para operar o sistema, causa risco de acidentes”, disse Camila. A líder sindical admitiu que a ameaça de punições individuais teve impacto na greve e classificou a ação do governo como “assédio moral” contra os servidores.

Diálogo direto

Outro fator que teria enfraquecido o protesto contra as privatizações, na visão do Palácio dos Bandeirantes, foi a estratégia de driblar as lideranças sindicais e transmitir para as categorias a mensagem de que o governo está aberto a negociar com os trabalhadores das estatais que devem ser privatizadas reivindicações pontuais, como período de estabilidade no emprego.

Com esse diálogo aberto, o governo recusou as três propostas apresentadas pelos sindicatos para evitar a paralisação dessa terça: a suspensão do projeto de lei da privatização da Sabesp, que está em discussão na Assembleia Legislativa (Alesp); a realização de plebiscito oficial para que a população vote a favor ou contra as privatizações; e a liberação das catracas no dia do protesto.

Reação rápida e dura

O plano para enfrentar os grevistas envolveu ainda uma estratégia de comunicação com o objetivo de reagir de forma rápida e dura à paralisação nos transportes. Logo, Tarcísio postou nas redes sociais que a greve era “ilegal”, “abusiva”, “irresponsável” e “cruel”.

Depois, o governador concedeu uma coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes na qual disse que os grevistas eram uma minoria que não respeitava decisões judiciais e prejudicava a vida da população, que os sindicatos foram “capturados por partidos políticos” e que não iria recuar no plano de privatizações.

Tarcísio ainda concedeu uma série de entrevistas a emissoras de rádio e TV na qual subiu o tom contra os sindicatos e chegou a classificar os grevistas como “terroristas”. Para auxiliares, a reação mais enérgica fortaleceu a imagem do governador e minou a estratégia da oposição de tentar fustigá-lo politicamente com a greve.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?