Governo Tarcísio reintegra PM que ficou preso por maior chacina de SP
O cabo da PM Victor Cristilder foi condenado por participação na chacina em Osasco e Barueri, em 2015, e absolvido depois
atualizado
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São Paulo – O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) reintegrou às fileiras da Polícia Militar (PM), nesta quinta-feira (4/5), o cabo Victor Cristilder, ex-condenado a 119 anos de prisão por participar da maior chacina da história de São Paulo.
Cristilder foi acusado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) de integrar o grupo de extermínio que matou 17 pessoas e feriu outras sete em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, em agosto de 2015. Segundo a promotoria, os crimes foram cometidos para vingar a morte de um PM e de um guarda civil.
A chacina foi investigada por uma força-tarefa, coordenada pelo então secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A principal prova contra o policial era uma troca de “joinhas” com outro réu, por Whatsapp, em horários que coincidem com o início e o fim dos ataques.
Uma das vítimas da chacina também já havia sido presa por Cristilder anteriormente, sob acusação de tráfico de drogas. Ela foi executada com 40 tiros. Levado a júri popular, o policial acabou condenado, em março de 2018, por participação nos massacres. Também foi expulso da PM e ficou preso em cadeia comum. Ele sempre alegou inocência.
“Coroou a verdadeira Justiça”
Em segunda instância, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) anulou a sentença e mandou refazer o júri popular, por entender que não haveria provas suficientes para condenação. Em novo julgamento, realizado em fevereiro de 2021, o policial foi absolvido e solto.
Em 2020, Cristilder respondeu a outro processo por mortes em Carapicuíba, na Grande São Paulo, ocorridas no episódio conhecido como “pré-chacina”. Ele também foi inocentado nesse caso.
A reintegração do PM foi publicada no Diário Oficial de São Paulo desta quinta (4/5), após as ações transitarem em julgado.
Representante de Cristilder, o advogado João Carlos Campanini comemorou. “Essa reintegração coroou a finalização da verdadeira Justiça. A Justiça, a Polícia Militar e, sobretudo, a sociedade deviam isso a ele. Foram oito anos de um sofrimento sem igual”, afirma.