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Governo Tarcísio demite perito que falsificou laudo de assassinato

Perito criminal teve a demissão efetivada pela gestão Tarcísio após recurso ser rejeitado pelo STF; crime ocorreu em Nova Granada, em 2011

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foto colorida da fachada do Instituto de Criminalística (IC) de SP (Polícia Técnico-Científica) - Metrópoles
1 de 1 foto colorida da fachada do Instituto de Criminalística (IC) de SP (Polícia Técnico-Científica) - Metrópoles - Foto: Reprodução/Redes Sociais

São Paulo — O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) formalizou, nesta sexta-feira (17/5), a demissão do perito criminal Willian Luiz Cruz dos Santos, condenado por improbidade administrativa após acusação de fraudar um laudo pericial para favorecer um suspeito de assassinato. Ele atuava no Instituto de Criminalística de São Paulo (foto de destaque), subordinado à Secretaria da Segurança Pública.

O caso se arrastava desde maio de 2012. Segundo o Ministério Público de São Paulo (MPSP), Willian e outro colega receberam R$ 3 mil para produzir um laudo balístico que confrontasse um relatório de perícia anterior.

O crime havia ocorrido em 2011 em Nova Granada, cidade distante 173 quilômetros da capital paulista. Ramiro Barbosa dos Santos, então um desempregado de 29 anos com histórico de uso de crack, foi morto com três tiros na cabeça e dois no braço enquanto andava de bicicleta.

A investigação do caso apontou que o autor do crime foi Niltron Cesar da Costa Nunes, morador da região. A mãe de Niltron havia sido assaltada (levaram um botijão de gás de sua casa) e Ramiro era o principal suspeito. Por isso, segundo o MPSP, Niltron teria partido para a vingança — terminou condenado a 12 anos de prisão.

Durante as investigações, um irmão de Niltron procurou o perito Willian para pedir ajuda. Para tentar inocentar Niltron, o irmão queria que o funcionário público fizesse um laudo pericial que se opusesse ao relatório feito pelo Instituto de Criminalística.

Willian e o colega teriam aceitado o serviço. Contudo, como eram servidores da Segurança Pública, forjaram a assinatura de um perito particular para validar o documento.

Descoberta no fórum

A manobra só foi descoberta porque o perito que supostamente assinou o segundo laudo foi convocado pela Justiça para o júri popular — na ocasião, revelou que não tinha conhecimento do material e que não tinha sido produzido por ele.

A Polícia Civil passou a investigar a defesa de Niltron e descobriu o arranjo feito por seu irmão. Em agosto de 2017, Willian foi denunciado por improbidade administrativa. Em junho do ano seguinte, foi condenado à perda do cargo público por decisão da 1ª Vara da Fazenda Pública da capital.

O perito criminal interpôs uma série de recursos, até que o caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), em outubro de 2022. A decisão foi mantida pelos ministros.

Enriquecimento ilícito

Paralelamente, Willian foi condenado a 11 anos de prisão em regime fechado por falsificação de documentos e enriquecimento ilícito, em sentença da Vara de Nova Granada.

Em sua defesa, o perito confirmou ter sido procurado pelo irmão do acusado de assassinato, mas disse que se negou a produzir o laudo e só intermediou o pagamento do relatório, que foi feito por outro perito.

O Metrópoles não conseguiu contato com o acusado. O espaço segue aberto a manifestações.

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