Governo suspendeu há 1 mês programa que oferecia psicólogos a escolas
O Psicólogos nas Escolas atendia todas as 5,1 mil escolas estaduais de SP. Após ataque e morte em escola, governo diz que vai retomar
atualizado
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São Paulo – O Governo de São Paulo suspendeu há pouco mais de um mês o programa que colocava mil psicólogos à disposição para atendimento de alunos e professores de escolas estaduais. Os diretores dos colégios foram informados sobre a interrupção do programa por meio de um comunicado, enviado em 6 de fevereiro.
Criado em 2021, durante a pandemia, o Psicólogos na Educação tinha como objetivo “aproximar os serviços de assistência e saúde mental”. Todas as 5,1 mil escolas estaduais de São Paulo eram contempladas. O investimento mensal chegava a cerca de R$ 5 milhões.
“Prezado(a) Dirigente de Ensino, a Subsecretaria e a Coordenadoria de Gestão de Recursos Humanos – CGRH, considerando a não prorrogação do prazo de vigência contratual da empresa Psicologia Viva S/A, prestadora de serviços de psicologia à rede, informam que o referido serviço será interrompido a partir de 25/02/2023. Portanto, os encontros só poderão ser agendados com data de realização até o dia 24/02”, comunicou à época a Secretaria de Educação.
De acordo com o documento, uma nova licitação seria realizada e os serviços seriam retomados “o mais breve possível”.
Em entrevista coletiva realizada na segunda-feira (27/3), o secretário de Educação, Renato Feder, afirmou que disponibilizou uma equipe de psicólogos exclusivamente para a escola Thomázia Montoro, em Vila Sônia, zona oeste de SP, onde um aluno de 13 anos matou uma professora a facadas e feriu outras quatro pessoas.
O secretário disse que está no cronograma da pasta a “contratação de 150 mil horas de atendimento psicológico e psicopedagogo para escolas estaduais”.
Segundo a Secretaria de Educação, o programa Conviva, ao qual o Psicólogos na Educação estava vinculado, terá novos 5 mil profissionais, que ficarão dedicados à aplicação das políticas de prevenção à violência nas unidades de ensino.
Escola alertou polícia
A direção da antiga escola do adolescente que matou uma professora e feriu outras quatro pessoas alertou a polícia sobre o “comportamento suspeito” do estudante um mês antes do atentado.
O Metrópoles teve acesso ao boletim de ocorrência de “ameaça” registrado no dia 28 de fevereiro pela Escola Estadual José Roberto Pacheco, de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, no 1º Distrito Policial (DP) da cidade.
No documento, a escola afirma que o adolescente de 13 anos vinha “apresentando um comportamento suspeito nas redes sociais, postando vídeos comprometedores como, por exemplo, portando arma de fogo, simulando ataques violentos”.