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Governo de SP quer usar inteligência artificial para preparo de aulas

Segundo secretaria da Educação, ferramenta será testada em “projeto-piloto” que prevê melhorias para conteúdo didático feito por professores

atualizado

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Imagem colorida mostra estudantes com computadores em sala de aula de escola estadual em São Paulo - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra estudantes com computadores em sala de aula de escola estadual em São Paulo - Metrópoles - Foto: Jessica Bernardo / Metrópoles

São Paulo – A Secretaria Estadual da Educação quer testar o uso de ferramentas de inteligência artificial (IA) para auxiliar professores durante o preparo das aulas da rede pública de ensino. 

Segundo a pasta comandada por Renato Feder, a ferramenta deverá ser aplicada em um “projeto-piloto” de atualização de conteúdos didáticos já produzidos para o terceiro bimestre, nas turmas de anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.

A informação foi noticiada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo Metrópoles.

A ideia é que a inteligência artificial faça aprimoramentos no material atualmente utilizado, oferecendo “novas propostas de atividades, exemplos de aplicação prática do conhecimento e informações adicionais que enriqueçam as explicações de conceitos-chave de cada aula”, de acordo com a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Sugestões de IA

O projeto prevê que o material didático continue sendo produzido pelos chamados “professores curriculistas”, que desenham os slides oferecidos aos educadores da rede, mas passe por uma etapa intermediária com sugestões de melhorias feitas pela inteligência artificial. Após as sugestões da IA, os professores curriculistas farão uma revisão do conteúdo.

“Esse conteúdo será avaliado e editado por professores curriculistas em duas etapas diferentes, além de passar por revisão de direitos autorais e intervenções de design. Por fim, se essa aula estiver de acordo com os padrões pedagógicos, será disponibilizada como versão atualizada das aulas feitas em 2023”, diz a Secretaria da Educação.

A pasta afirma que o processo de “fluxo editorial” ainda será testado e passará por etapas de validação para ser implementado.

Durante coletiva com jornalistas nessa quarta-feira (17/4), Tarcísio falou sobre o projeto e disse que ele não vai substituir os professores.

“É um facilitador. As ferramentas estão aí, a gente tem que usar a tecnologia para facilitar a nossa missão. A gente não pode deixar de usar a tecnologia por preconceito, por qualquer razão. Obviamente tem que usar tecnologia com parcimônia, com todas as reservas que são necessárias”, disse o governador. “Nada vai substituir o papel do professor, até porque a responsabilidade de estar na sala de aula é dele.”

Críticas ao material didático

O material didático produzido pelos servidores da Secretaria da Educação foi alvo de uma série de críticas em 2023, após erros graves no conteúdo serem descobertos por professores da rede.

Entre os problemas encontrados nos slides estavam afirmações de que D. Pedro II foi a pessoa responsável por assinar a Lei Áurea, que doenças como Parkinson e Alzheimer poderiam ser transmitidas por meio da ingestão de água contaminada e que a cidade de São Paulo tem praias.

Depois das falhas virem à tona, o governo afastou os servidores responsáveis pelos erros e iniciou um processo de revisão de milhares de slides. 

O caso foi noticiado na mesma época em que o secretário Renato Feder anunciou que iria apostar no material digital e descartou o uso dos livros didáticos enviados pelo governo federal. Com a repercussão negativa da decisão, o governo voltou atrás e aceitou receber os livros do Ministério da Educação.

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