Governo de SP confirma 26ª morte em ações policiais no litoral

São Paulo – A Secretaria da Segurança Pública confirmou, nesta sexta-feira (16/2), a 26ª morte em decorrência de intervenção policial na Baixada Santista desde o último dia 28, quando foi anunciada uma nova operação de repressão à violência na região. A vítima foi um homem de 31 anos, morto com tiros de fuzil na comunidade México 70, em São Vicente.

De acordo com a pasta, policiais faziam um patrulhamento na área por volta das 16h30 quando se depararam com um homem que correu para o interior de um cômodo ao avistar a polícia. Os agentes teriam sido recebidos a tiros ao entrar no local e revidado. O suspeito foi atingido duas vezes no tórax.

O homem foi socorrido e levado pelo Samu para o Hospital Vicentino, mas não resistiu. Com ele, foram apreendidos um revólver de calibre 38 com numeração raspada, cocaína, maconha, crack e ecstasy, além de um radiocomunicador encostado no parapeito da janela.

O caso foi encaminhado ao 2º Distrito Policial (DP) de São Vicente como morte decorrente de intervenção policial, drogas sem autorização ou em desacordo, posse ou porte ilegal de arma de fogo e legítima defesa.

Operação no litoral

Alvo de críticas e de uma apelação na Organização das Nações Unidas (ONU), a operação realizada pela Polícia Militar para capturar assassinos de PMs foi rebatizada neste ano, no litoral paulista, mas tem se mostrado ainda mais letal, proporcionalmente, do que a primeira ação do gênero, deflagrada em 2023, após a primeira morte de um soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) em serviço desde 1999, no Guarujá.

Oficialmente, sai o nome Operação Escudo, instituída no ano passado pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) para ser deflagrada sempre que um policial militar é assassinado — foram 38 operações em 2023, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP) —, e entra a Operação Verão, historicamente realizada todos os anos durante a estação de calor para coibir crimes nas áreas frequentadas por turistas das cidades litorâneas.

Na prática, contudo, o método adotado na “nova” Operação Verão tem sido o mesmo que levou a Escudo a ser contestada, inclusive, na Justiça. Desde o dia 26 de janeiro até esta sexta-feira (16/2), portanto em 22 dias, a Operação Verão deixou 26 suspeitos mortos na Baixada Santista. Segundo a polícia, todos reagiram a abordagens feitas nas cidades da região, como Santos, São Vicente e Guarujá.

Danone

Na manhã desta sexta-feira (16/2), o traficante Danone e outros dois suspeitos foram mortos durante incursão policial na comunidade Santa Cruz dos Navegantes, no Guarujá. Rodrigo Pires dos Santos, de 40 anos, é apontado como torre da facção na cidade, uma espécie de gerente regional do PCC.

Na hierarquia da organização criminosa, ele só prestava contas ao “sintonia final” da Baixada Santista.