Governo de SP afasta responsáveis por erros em material didático
Slides diziam que cidade de São Paulo tem praias e apontavam D. Pedro II como o responsável por assinar Lei Áurea
atualizado
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São Paulo – O governo de São Paulo afastou os servidores responsáveis pelos erros didáticos no material digital produzido pela Secretaria da Educação.
Os slides afirmavam que a cidade de São Paulo tem praias, apontavam D. Pedro II como a pessoa responsável por assinar a Lei Áurea e diziam que doenças como Parkinson e Alzheimer poderiam ser transmitidas por meio da ingestão de água contaminada.
As falhas foram reveladas pelo UOL e confirmadas pelo Metrópoles.
Em nota, a Secretaria da Educação afirma que as informações já foram retificadas e atualizadas. “A coordenadoria pedagógica da instituição vai reforçar a equipe de revisão para que haja aprimoramentos constantes nos recursos didáticos, sempre em total harmonia com o Currículo Paulista”, diz a pasta.
Parlamentares do PSol acionaram a Defensoria Pública, o Ministério Público de São Paulo e o Tribunal de Contas do Estado contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário de Educação, Renato Feder, por causa dos erros identificados no material.
A deputada federal Luciene Cavalcante, o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi pedem a investigação do caso.
Críticas recorrentes
No início de agosto, pesquisadores da Rede Escola Pública e Universidade (REPU) emitiram uma nota técnica apontando problemas metodológicos, erros conceituais e má contextualização nos slides produzidos pelo governo estadual.
O conteúdo digital também já tinha sido criticado pela Associação Brasileira dos Autores de Livros Educativos (Abrale) e pelos próprios professores da rede estadual, que alegam falta de autonomia didática com a imposição do material.
A pasta comandada por Feder tem orientado os educadores a utilizarem os slides em todas as aulas.
Em julho, quando a Secretaria recusou a adesão aos livros didáticos do governo federal, a gestão estadual chegou a dizer que o conteúdo oferecido aos alunos dos anos finais de Ensino Fundamental e Médio seria totalmente digital.
Depois das críticas de especialistas, o governo recuou e retomou a adesão ao Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD).