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Golpe das flores: quadrilha transformava mimo no aniversário em dívida

Vítima recebia flores e deixava emissário fazer foto para confirmar entrega; imagem era usada por bando para liberar financiamento de carro

atualizado

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foto colorida de vítima do golpe das flores, aplicado por quadrilha de Presidente Venceslau - Metrópoles
1 de 1 foto colorida de vítima do golpe das flores, aplicado por quadrilha de Presidente Venceslau - Metrópoles - Foto: Reprodução/TV Globo

São Paulo — A Polícia Civil desarticulou parte de uma quadrilha que aplicava o chamado “golpe das flores” no interior de São Paulo. A prática consistia em mandar flores para uma vítima, que era fotografada em seguida para confirmar o recebimento — mas a foto, na verdade, era usada como reconhecimento facial na liberação de um financiamento de até R$ 70 mil.

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Fachada de revendedora de veículos em Presidente Venceslau, cujo dono é suspeito de integrar quadrilha do "golpe das flores"
Murilo de Souza Gerônimo, dono de revendedora de veículos em Presidente Venceslau suspeito de integrar quadrilha do "golpe das flores"
Denilson Dalberti, apontado pela polícia como integrante da quadrilha do golpe das flores, no interior de SP
Magno Prado, apontado pela polícia como integrante da quadrilha do golpe das flores, no interior de SP
Jhonata Maurício de Souza, apontado pela polícia como integrante da quadrilha do golpe das flores, no interior de SP
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Vítima do golpe das flores, aplicado por quadrilha de Presidente Venceslau

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Fachada de revendedora de veículos em Presidente Venceslau, cujo dono é suspeito de integrar quadrilha do "golpe das flores"

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Murilo de Souza Gerônimo, dono de revendedora de veículos em Presidente Venceslau suspeito de integrar quadrilha do "golpe das flores"

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Denilson Dalberti, apontado pela polícia como integrante da quadrilha do golpe das flores, no interior de SP

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Magno Prado, apontado pela polícia como integrante da quadrilha do golpe das flores, no interior de SP

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Jhonata Maurício de Souza, apontado pela polícia como integrante da quadrilha do golpe das flores, no interior de SP

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De acordo com a polícia, o golpe costumava ser praticado no dia do aniversário da vítima. Ao receber as flores, ela não desconfiava. O entregador pedia a foto em seguida, para confirmar ao remetente que o “presente” foi entregue.

Com a foto da pessoa, a quadrilha conseguia a aprovação de crédito da vítima para o financiamento de um veículo usado, pois a imagem era usada como uma espécie de “assinatura digital”.

Uma das pessoas fotografadas conta que, pouco tempo depois de ganhar as flores, recebeu em casa um carnê com 60 parcelas de R$ 2,2 mil.

“[O entregador dizia que] Depois que ele me entregasse as flores, que confirmasse que ele me entregou, eu iria receber o vídeo de quem teria me mandado as flores”, contou a vítima.

O esquema do golpe das flores foi divulgado nesse domingo (7/4) pelo programa Fantástico, da TV Globo.

Revendedora de veículos

Segundo a polícia, uma revendedora de veículos usados de Presidente Venceslau está no centro das investigações. Os carros eram vendidos pelo estabelecimento, que também encaminhava os pedidos de crédito das vítimas a uma financiadora.

O golpe lesava três pessoas: a pessoa que recebia as flores e tinha o nome usado indevidamente em um financiamento, o banco que liberava o dinheiro e o verdadeiro dono do veículo envolvido na transação — pois sobre esse carro passavam a recair restrições por falta de pagamento.

Foi a desconfiança de uma financiadora que fez o caso chegar à polícia. Foram identificadas 11 vítimas da quadrilha, mas a polícia acredita que o número de pessoas lesadas seja de pelo menos 70 — resultando num prejuízo de R$ 7 milhões.

Uma operação realizada na semana passada culminou na prisão de Murilo de Souza Gerônimo, dono da revendedora de veículos,. e Magno Prado em Presidente Venceslau. Denilson Dalberti, apontado como mentor da operação, foi detido em Curitiba.

Jhonata Maurício de Souza, que seria o entregador das flores, está foragido. Além deles, outras três pessoas estão sendo investigadas. A polícia também apura como a quadrilha tinha acesso aos dados das vítimas.

 

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