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Gil Rugai valoriza “laços familiares”, diz laudo que sugere soltura

O ex-seminarista Gil Rugai é condenado a mais de 30 anos de prisão por matar o pai e a madrasta em 2004

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1 de 1 Gil Rugai 1 - Foto: Reprodução/ Redes Sociais

São Paulo – A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo apresentou, na terça-feira (26/9), parecer favorável à soltura de Gil Rugai, 40 anos, condenado por matar o pai e a madrasta a tiros em 2004.

Segundo a análise da pasta estadual, obtida pelo Metrópoles, o ex-seminarista tem “ótimo” comportamento na cadeia, seria “vinculado aos laços familiares” e só recebeu diagnóstico de transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo (TOC) – o que não impediria sua progressão para o regime aberto.

O exame criminológico rasga elogios a Gil Rugai e foi apresentado ao Tribunal de Justiça paulista (TJSP). A análise do perfil do preso era uma exigência da juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, do Foro de São José dos Campos, para avaliar se deve ou não autorizar a progressão de pena e mandar o ex-seminarista para o regime aberto. Ainda não há decisão.

Condenado a 32 anos de prisão, Gil Rugai cumpre pena no regime semiaberto, na Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, em Tremembé, no interior de São Paulo. A unidade prisional é conhecida por receber “detentos famosos”.

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Ele foi condenado a mais de 30 anos de prisão pelo assassinato do pai e da madrasta em 2004
Gil Rugai foi condenado pelo assassinato de seu pai, Luiz Carlos Rugai, e sua madrasta, Alessandra de Fátima Troitino
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O publicitário e ex-seminarista sempre negou os crimes

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Ele foi condenado a mais de 30 anos de prisão pelo assassinato do pai e da madrasta em 2004

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Gil Rugai foi condenado pelo assassinato de seu pai, Luiz Carlos Rugai, e sua madrasta, Alessandra de Fátima Troitino

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Exame Criminológico

A análise da SAP afirma que Gil Rugai é “cortês”, “respeitoso”, “colaborativo” e “dotado de inteligência acima da média”. O laudo também diz que o preso apresenta “amadurecimento emocional”, “condições pessoais para a benesse pleiteada” e “expõe planos de vida familiar e de trabalho possíveis”.

O laudo foi emitido a partir de entrevistas com Gil Rugai e de observações da sua rotina na cadeia. Para avaliação, os profissionais da SAP fizeram “parecer social”, “relatório psicológico” e “exame psiquiátrico”.

Caracterizado por rigidez excessiva e perfeccionismo, TOC foi a única patologia associada a Gil Rugai no exame. “Não há contraindicação psiquiátrica, no momento, para progressão de regime penal”, diz o documento.

O laudo também destaca que o preso recebe visitas do irmão e da mãe na cadeia, além de frequentar a casa de ambos durante as “saidinhas”. “A equipe multidisciplinar não poderia deixar de apontar suas qualidades, independentemente do crime que responde”, diz o parecer.

Gravidade do crime

Contrário à soltura de Gil Rugai, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) pediu que a progressão de regime fosse negada logo após o resultado do exame criminológico.

“O término de sua sanção encontra-se agendado para 2044, anotações que corroboram a conclusão de que o retorno à liberdade, por ora, mostra-se prematuro”, escreveu o promotor de Justiça Eduardo Dias Brandão.

O MPSP alega que a avaliação de Gil Rugai não foi realizada no método indicado, chamado de teste Rorschach, e que o laudo seria embasado em “entrevistas muito rápidas”. Também diz que a “gravidade dos crimes cometidos evidencia personalidade inclinada à criminalidade e notório envolvimento com o submundo do crime”.

“Se os encarcerados têm direitos que devem ser respeitados, lembre-se que a sociedade, de outro lado e de modo preponderante, também os têm”, registrou Brandão, para análise da juíza.

Assassinatos

O Tribunal do Júri considerou Gil Rugai culpado pelo assassinato do pai Luiz Carlos Rugai e da madrasta Alessandra de Fátima Troitino. O casal foi morto com 11 tiros, na casa onde morava, em Perdizes, na zona oeste da capital paulista, em março de 2004.

A motivação dos homicídios foi a demissão de Gil Rugai na produtora Referência Filmes, que pertencia ao seu pai. Ele também foi investigado pelo desfalque de R$ 25 mil na empresa.

Uma testemunha relatou ter visto o ex-seminarista saindo da casa do pai após o crime. O cartucho usado para matar o casal também foi encontrado no quarto dele. Na Justiça, Gil Rugai alegou inocência em todas as fases do julgamento.

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