Gestão Tarcísio afasta militar alvo de ação da PF que mirou Bolsonaro
Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército investigado pela PF, ocupava cargo comissionado na Prodesp e estava no Espírito Santo
atualizado
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São Paulo – O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) afastou de suas funções o major da reserva do Exército Angelo Martins Denicoli, um dos alvos da operação da Polícia Federal da última quinta-feira (8/2) que teve como um dos alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro e terminou com a prisão do presidente de seu partido, o PL, Valdemar da Costa Neto.
Denicoli estava lotado como assessor especial da Companhia de Processamento de Dados do Estado (Prodesp), embora estivesse vivendo no Espírito Santo, onde os policiais federais cumpriram mandado de busca e apreensão.
Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que atendeu pedido da PF, o major da reserva teve o passaporte apreendido e foi proibido de deixar o país – decisão idêntica a qual o ex-presidente foi atingido.
Segundo a apuração preliminar da Polícia Federal, Denicoli faria parte do “Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral” do grupo suspeito de articular uma tentativa de golpe.
Esse grupo, ainda de acordo com a PF, atuava na “produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto a lisura das eleições presidenciais de 2022, com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações, das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o golpe de estado”.
Como militar bolsonarista, Denicoli havia sido indicado, em 2020, diretor de monitoramento e avaliação do SUS (Sistema Único de Saúde).
Na época, auge da pandemia de Covid, ele publicou uma informação falsa em suas redes sociais dizendo que uma instituição norte-americana havia aprovado o uso de hidroxicloroquina para tratamento do coronavírus.
O Metrópoles questionou o governo paulista sobre os motivos do afastamento de Denicoli do cargo, mas não teve resposta. Por nota, o Palácio dos Bandeirantes se limitou a informar que o militar da reserva havia sido afastado de suas funções, sem detalhes sobre prazo para afastamento ou possibilidade de retorno ao posto.
Conforme o Metrópoles mostrou neste sábado, outro integrante do primeiro escalão do governo Tarcísio, o controlador-geral do Estado, Wagner Rosário, também foi envolvido no caso da possível conspiração golpista investigada pela Polícia Federal.
Ele estava na reunião, cujo vídeo teve o sigilo removido nessa sexta-feira (9/2), que o ex-presidente e aliados tiveram em julho de 2022 com “dinâmica golpista”.
Na ocasião, Rosário, que ocupava o cargo de controlador-geral da União, sugeriu que o órgão, a Polícia Federal e as Forças Armadas fizessem uma “força tarefa” para investigar possíveis falhas nas urnas eletrônicas, uma vez que a auditoria que a CGU já havia feito, e que não tinha achado irregularidades, era “uma merda”, nas palavras dele.