GCM prende suspeito de matar mulher achada sem calça em carro na rua
Câmera de monitoramento registrou o suspeito e a vítima caminhando lado a lado, instantes antes de mulher ser morta com facadas no pescoço
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Guardas civis metropolitanos (GCMs) prenderam o principal suspeito de assassinar, com facadas no pescoço, Rute do Prado, encontrada morta, dentro de um carro abandonado, quinta-feira (18/7), na zona leste da capital paulista. A vítima estava só de calcinha e com o rosto coberto por um pano.
A prisão de David de Oliveira dos Santos, de 26 anos, ocorreu nesse domingo (21/7), perto da Praça da Sé, no centro de São Paulo.
Um GCM que ajudou a localizar o suspeito afirmou ao Metrópoles, na manhã desta segunda-feira (22/7), que a corporação recebeu uma denúncia, feita por membros de uma igreja evangélica, frequentada pela vítima e David.
“Os denunciantes reconheceram a Rute e o Davi, após as imagens dos dois caminhando na rua ser divulgada pela imprensa”, afirmou o guarda.
O Metrópoles divulgou o vídeo um dia após o assassinato (assista abaixo) e, na ocasião, o casal não havia sido identificado, porque Davi sumiu com os documentos e demais pertences de Rute.
Receita médica e celular
Guardas ficaram de campana na região da Sé, até que avistaram David na Rua Frederico Alvarenga. Ele foi abordado.
O suspeito estava com uma receita médica, com o nome de Rute e três celulares, dos quais um pertencia à vítima. “Tudo relacionava ele com a Rute”, destacou o guarda ouvido pelo Metrópoles.
Davi foi encaminhado ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso.
Vídeo
O guarda afirmou que, já algemado e no departamento da Polícia Civil, Davi teria demonstrado um comportamento “frio e calculista”.
A vítima já havia registrado um boletim de ocorrência contra Davi, de violência doméstica e ameaça, em 8 de maio deste ano.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decretou a prisão temporário de David, por 30 dias, a pedido do DHPP.
Ele prestou depoimento e as investigações prosseguem, para saber a motivação e circunstâncias do feminicídio (quando a vítima é morta por sua condição de gênero feminino).
O caso
Rute foi vista com vida, pela última vez, enquanto caminhava com Davi pela Rua José Loureiro das Neves, onde estava estacionado um carro, inoperante, o qual permanecia na via há meses, aguardando manutenção de um mecânico.
A vítima foi morta com facadas no pescoço, entre 1h e 3h. Nesse período, ela permaneceu no interior do Nissan Sentra com o assassino. O criminoso saiu do veículo com os objetos da mulher, incluindo os documentos, e fugiu caminhando no sentido da Avenida Ema.
No interior do veículo, a polícia encontrou um papel em que estava escrito “Francisca Maria”. O item foi apreendido.
Peritos coletaram material do corpo da mulher, supostamente do assassino, enviados para o levantamento de perfis genéticos. Também foram encontrados fragmentos de impressões digitais na superfície do carro.
Uma das linhas de investigação é que, além de matar a vítima, o criminoso a tenha estuprado. Exames sexológicos foram solicitados para averiguar essa suspeita.
Carro em manutenção
Uma fonte policial, que acompanha o caso, afirmou ao Metrópoles, sexta-feira (19/7), que o casal desembarcou da estação São Lucas, da linha 15-prata do monotrilho, de onde caminhou até o carro abandonado.
As investigações identificaram o proprietário do Nissan Sentra preto, onde a mulher foi assassinada. O homem demorou para pagar o conserto do veículo e, por isso, o mecânico deixou o carro parado na rua, há cerca de nove meses, pelo fato de o carro estar inoperante.
“O mecânico está fazendo a manutenção desse carro, na rua mesmo. Ele esqueceu o veículo destrancado. O assassino sabia disso, provavelmente”, explicou o policial, em condição de sigilo.