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GCM foragido negociava “capeta”, armas e “vassourinha” com o PCC

Investigação do Ministério Público paulista mostra que um GCM abastecia PCC com equipamentos para monitorar polícia e em roubos de carga

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Montagem com 4 fotos, duas de fuzil, uma de pistola e outra de rádio comunicador - Metrópoles
1 de 1 Montagem com 4 fotos, duas de fuzil, uma de pistola e outra de rádio comunicador - Metrópoles - Foto: Reprodução/MPSP

São Paulo — O guarda civil metropolitana (GCM) Rubens Alexandre Bezerra, foragido da Justiça, é apontado em investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) como um dos fornecedores de receptores ilegais da frequência de comunicação da polícia, as “vassourinhas”, de bloqueadores de radiofrequência, conhecidos como “capeta”, além de armas para o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Ele e mais seis suspeitos, dos quais cinco estão presos, foram alvos de mandados de prisão cumpridos nessa terça-feira (6/8), durante a Operação Salus et Dignitas, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para combater o tráfico de drogas na Cracolândia, no centro da capital paulista.

O pedido de prisões e buscas e apreensões, obtido pelo Metrópoles, mostra que Bezerra foi procurado por criminosos para fornecer um “capeta”, equipamento utilizado “costumeiramente por associações criminosas ligadas a roubo de carga”.

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Olheiro observa movimentação
MPSP identificou ao menos três pontos onde ficam vigias do PCC
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Equipamento usado para monitorar frequência da polícia, conhecido como "vassourinha"

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MPSP identificou ao menos três pontos onde ficam vigias do PCC

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Isso porque, segundo o Gaeco, o equipamento consegue bloquear o sinal de dispositivos de rastreamento, possibilitando que ladrões mantenham vítimas em cárcere privado, sem serem localizados, até o escoo da carga roubada.

Além disso, o GCM também negociava as “vassourinhas”, conforme conversas interceptadas pelo MPSP. Esse tipo de equipamento detecta sinais de radiofrequência e era usado pelo PCC para monitorar as conversas da polícia na região da Cracolândia, a partir da Favela do Moinho, que fica próxima ao local.

Fuzil por R$ 70 mil

O guarda também fornecia armas para criminosos, inclusive fuzis do mesmo modelo utilizado pelo Exército, segundo a investigação do Gaeco. Ele é acusado de abastecer o crime organizado ao menos entre 2019 e 2023, período durante o qual negociou, “em várias oportunidades”, a venda de pistolas e fuzis.

Entre as armas destaca-se um fuzil ParaFal, calibre 7.62, arma de guerra que compõe o arsenal do Exército brasileiro. Nas mãos de Rubens, essa arma era negociada por R$ 70 mil, segundo tabela apreendida durante a investigação.

Em seu relatório, o MPSP ainda reforça a necessidade da prisão de Rubens, afirmando que ele é “peça-chave” para que “seja mantida” a criminalidade de rua, “em especial de roubos de carga e de grande proporção”, por meio do fornecimento de “armas pesadas”, além de “dispositivos ilegais”.

Até a publicação desta reportagem, ele não havia sido preso. O Metrópoles não conseguiu localizar a defesa do GCM. O espaço segue aberto para manifestação.

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Dependentes químicos em cruzamento da Rua dos Protestantes com a Rua dos Gusmões, na Cracolândia
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Guardas municipais observam movimento de dependentes químicos em cruzamento da Rua dos Protestantes com a Rua dos Gusmões, na Cracolândia
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Operação contra o PCC na Cracolândia

A Operação Salus et Dignitas foi deflagrada nessa terça-feira para desarticular ações do PCC na região da Cracolândia. Ao todo, foram expedidos sete mandados de prisão, 117 de busca e apreensão, além de 46 de sequestro de bens pela 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro da capital.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), cinco dos sete alvos de mandados foram presos, além de outras três pessoas que foram detidas em flagrante por tráfico de drogas e dois suspeitos detidos para averiguação.

Segundo os promotores do Gaeco, a Cracolândia se tornou um “ecossistema de atividades ilícitas” controlado pelo PCC, explorado por diversos grupos criminosos organizados e caracterizado pela “violação sistemática aos direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade”.

“O tráfico de entorpecente é apenas uma das atividades dentro do repertório criminoso dessa região, que envolve profusas atividades ilícitas, como o comércio ilegal e receptação de peças veiculares, armas e celulares; contaminação do solo com a reciclagem e ferro-velho; exploração da prostituição; captação ilegal de rádios transmissores da polícia; submissão de pessoas a trabalho análogo a escravo, entre outras graves violações a direitos humanos”, afirma o MPSP.

A operação contou com apoio das forças de segurança do estado e da prefeitura. Participaram mais de mil policiais civis e militares, além de policiais rodoviários federais e representantes das subprefeituras. O efetivo foi apoiado por viaturas, helicópteros, drones e cães farejadores do 5º BPChoque (Canil) e de pelo menos outros três batalhões da polícia.

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