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Garrafas e amigos “bêbados”: testemunha relata o que viu em Porsche

Em entrevista, mulher que ajudou a prestar socorro em acidente relatou que viu garrafas dentro de Porsche e passageiros “cambaleando”

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Em foto colorida, na esquerda, Renault Sandero branco com traseira destruída e, na direita, Porsche azul escuro com traseira intacta e fora de isolamento policial - Metrópoles
1 de 1 Em foto colorida, na esquerda, Renault Sandero branco com traseira destruída e, na direita, Porsche azul escuro com traseira intacta e fora de isolamento policial - Metrópoles - Foto: Divulgação/Polícia Civil

São Paulo — Uma das testemunhas do acidente envolvendo o Porsche de Fernando Sastre Filho, de 24 anos, que acabou com a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, afirmou ter visto garrafas dentro do carro do empresário durante o resgate, ocorrido na zona leste de São Paulo.

Além disso, a mulher disse à TV Globo que tanto Fernando quanto Marcus Vinícius Machado, de 22 anos, que estava de passageiro no Porsche, pareciam “totalmente bêbados”. Segundo ela, os amigos estavam “desnorteados, cambaleando e com voz pastosa”.

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Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade
Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade
Empresário Fernando Sastre de Andrade Filho sai do 30º DP pela porta da frente
Acompanhado da mãe, Fernando Sastre de Andrade Filho se apresentou à delegacia em 1º de abril de 2024
Fernando Sastre de Andrade Filho estava desaparecido
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Motorista do Porsche esteve na unidade policial para prestar depoimento

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Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade

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Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade

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Empresário Fernando Sastre de Andrade Filho sai do 30º DP pela porta da frente

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Acompanhado da mãe, Fernando Sastre de Andrade Filho se apresentou à delegacia em 1º de abril de 2024

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Fernando Sastre de Andrade Filho estava desaparecido

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Dianteira de carro de luxo ficou completamente destruída

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Asfalto ficou com marcas de pneus após acidente, ocorrido em alta velocidade

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Carro da vítima teve a traseira destruída

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Motorista do Renault Sandero morreu durante atendimento hospitalar

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Sobre as garrafas no carro, a testemunha que ajudou a socorrer os envolvidos no acidente relatou que “tinha umas três garrafas na parte do passageiro”. Ela não soube precisar que tipo de garrafas eram, mas que “talvez fossem alcoólicas”.

A mulher também contou que a mãe de Fernando, Daniela Cristina de Medeiros, de 45 anos, chegou ao local do acidente “totalmente desesperada”. “Ela gritava: ‘Meu Deus, pelo amor de Deus’, e começou a chorar”, disse. De acordo com a testemunha, em nenhum momento Daniela foi até o corpo do motorista de aplicativo. “O desespero dela era só o filho”.

Acidente

A batida aconteceu por volta das 2h20, na Avenida Salim Farah Maluf, na madrugada de domingo (31/3), e foi flagrada por câmeras de segurança. Vítima da colisão, o motorista de aplicativo chegou a ser socorrido, já em quadro de parada cardiorrespiratória, e morreu 1 hora depois por perder muito sangue.

No interrogatório, Fernando Filho admitiu que dirigia o Porsche “um pouco” acima do limite de velocidade, negou ter bebido e disse que, após a colisão, “apagou” e só retomou a consciência quando estava “deitado na via pública”. Também afirmou que está “amargamente arrependido”.

Aos policiais, o empresário relatou que tinha ido com um amigo para um clube de poker, no Tatuapé, onde ficou por cerca de 3 horas. Ele, que recebeu ajuda da mãe para fugir do local do acidente sem fazer teste de bafômetro, também disse não se recordar como ela foi socorrê-lo.

O relato é contestado por outras pessoas que viram a colisão. Segundo testemunha, Fernando Sastre Filho apresentava sinais de embriaguez, com a voz pastosa e cambaleando, e não ofereceu ajuda a Ornaldo.

Ele foi indiciado por homicídio com dolo eventual, lesão corporal e fuga do local do acidente. A Polícia Civil chegou a representar pela prisão temporária do empresário, mas o pedido foi negado pela Justiça paulista.

Namorada

No inquérito, uma testemunha relata que, durante o socorro, um carro, cujo modelo não soube especificar, chegou a parar no local, e duas garotas desembarcaram. Uma delas teria se apresentado como namorada de Fernando Filho.

Ainda segundo a testemunha, nesse meio-tempo, o celular do empresário tocou, e um rapaz que ajudou Fernando a sair do Porsche atendeu a ligação e conversou com a mãe dele sobre o acidente.

Até a chegada de Daniela, a suposta namorada e a outra jovem tentaram tirar do local Fernando e o amigo dele, que também ocupava o Porsche e se feriu, segundo a testemunha. A postura das moças foi contestada por outras pessoas que presenciaram o acidente. “Eles só vão sair daqui após o outro motorista [Ornaldo] ser atendido pelo resgate.”

Mãe “alterada”

Daniela Cristina chegou “alterada” ao local do acidente, ainda antes dos socorristas, segundo a testemunha.

A testemunha também diz que a principal preocupação da familiar e das jovens era ajudar Fernando “a se evadir”. Segundo seu depoimento, “em nenhum momento” as duas garotas ou a mãe do empresário “prestaram qualquer tipo de atenção ao socorro para a vítima do Renault”.

A mãe do empresário, como mostrado pelo Metrópoles, deve ser indiciada pela Polícia Civil por fraude processual, porque ela inviabilizou que o empresário fosse submetido a exames toxicológicos.

A informação foi confirmada em sigilo por fontes policiais que acompanham o caso.

Sem ir ao hospital

Como mostrado pelo Metrópoles, a mãe de Fernando foi até o local do acidente e disse aos policiais militares que atenderam a ocorrência que ia levar o filho para o Hospital São Luiz, no Ibirapuera, zona sul de São Paulo.

Os PMs liberaram os dois e depois foram à unidade de saúde com o intuito de realizar o exame de bafômetro no empresário. No local, foram informados de que Fernando não havia dado entrada em nenhum hospital da rede.

Além de liberar o suspeito, os PMs demoraram cerca de 5 horas para apresentar a ocorrência na delegacia. A conduta é investigada internamente pela corporação.

No depoimento, Fernando Filho admitiu que, de fato, não foi para nenhum hospital. Ele disse que sua mãe o levou para casa, onde repousou. Depois, ela alegou que tinha recebido ameaças pelo celular, sem especificar de quem, e que achou melhor não buscar atendimento médico para o filho.

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