Gangorra climática: como agir com as alterações bruscas de temperatura

São Paulo – A temperatura na cidade de São Paulo volta a subir nesta quinta-feira (7/9),depois da frente fria que atingiu a capital paulista nos últimos dois dias. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), as máximas podem chegar aos 26°C neste feriado, reabrindo a temporada de calor antes da chegada da primavera.

A mudança de temperatura é mais um capítulo da gangorra térmica que a cidade tem enfrentado nas últimas semanas. Com máximas de até 30ºC em alguns dias e mínimas de 15ºC em outros, a variação climática pode ser um prato cheio para o agravamento de doenças respiratórias, mas médicos afirmam que algumas medidas simples podem ajudar a prevenir infecções neste período.

O Metrópoles conversou com o professor Marcos Boulos, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), e o pneumologista Marcelo Rabahi, do Hospital Albert Einstein de Goiânia, e separou dicas para enfrentar as mudanças no tempo. Confira:

Beber água

Manter o corpo hidratado é uma das principais ferramentas para evitar infecções durante as mudanças de tempo, segundo o médico Marcelo Rabahi. A água ajuda a regular a temperatura corporal, o que evita as lesões provocadas pelo frio e o tempo seco nas células, explica o pneumologista.

“Esse ar frio agride as vias respiratórias e é nessa situação que pioram quadros respiratórios como asma e bronquite”, afirma o médico.

Spray nasal

Outra dica é aplicar soro fisiológico nas narinas. A recomendação, explica o infectologista Marcos Boulos, vale principalmente para quem tem predisposição ao aparecimento de doenças respiratórias. O médico afirma que a umidificação do trato respiratório pode impedir o surgimento de uma infecção maior e deve ser feita diariamente.

Inalação

Se algum sintoma surgir, a sugestão é investir nas inalações para reforçar os cuidados, afirma Boulos.

“Se você começar a ter alterações dessas alergias, uma bronquite [alérgica, por exemplo], use a inalação inaladores para deixar o ambiente mais umidificado”, diz o médico.

Manter tratamento

“Quem tem indicação de uso de remédios, esse é um momento em que realmente não se pode parar”, diz Rabahi. O alerta é para quem costuma interromper tratamentos de doenças respiratórias antes do tempo ao perceber melhora nos sintomas.

Sem os cuidados necessários, no entanto, os casos podem piorar.

Lavar roupas guardadas

Roupas guardadas há muito tempo podem desencadear os sintomas clássicos de quadros alérgicos, que tendem a piorar em dias de frio ou tempo seco. Por isso, Rabahi diz que é importante lavar o vestuário que estava no fundo do armário antes de usá-lo.

“Às vezes uma poeira domiciliar, um ácaro, alguma coisa que está dentro do guarda-roupa guardado há muito tempo, pode ser um fator que desencadeia essas crises [alérgicas]”, afirma o médico.

Viu que vai esfriar? Leve o casaco!

Boulos explica que as oscilações no tempo podem facilitar a proliferação de vírus e bactérias no corpo humano. Por isso, ele reforça a recomendação clássica de levar um casaco na mochila em dias de queda de temperatura. “[É importante] deixar a região do pescoço quente, ou usar um agasalho”, diz o professor da FMUSP.

Se persistirem os sintomas…

O médico deverá ser consultado sempre que sintomas como coriza e tosse durarem por mais de cinco dias, segundo Rabahi.

Se a pessoa estiver com febre ou sintomas mais fortes, o atendimento médico deve feito antes deste prazo, já que a pessoa pode estar com gripe ou Covid. As duas doenças podem ser prevenidas por meio de vacinação.

Os especialistas recomendam ainda o uso de máscara para quem estiver doente e tem contato com outras pessoas.