Futuro pai, delegado da PF baleado na cabeça passa por cirurgia e tem quadro estável
Delegado da PF Thiago Selling foi atingido de raspão na cabeça durante operação de busca e apreensão no Guarujá, litoral de SP
atualizado
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São Paulo — Baleado na cabeça durante uma operação de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (15/8), no Guarujá, litoral paulista, o delegado Thiago Selling Cunha, da Polícia Federal (PF), atua há cerca de cinco anos no combate a crimes contra o patrimônio em São Paulo e compartilhou com colegas, nos últimos meses, a ansiedade com o nascimento de sua primeira filha ainda neste ano.
Segundo informações preliminares, Thiago Selling foi atingido de raspão com um disparo de pistola 9 milímetros na região ocular, durante um tiroteio com criminosos na comunidade da Cachoeira, no Guarujá. Ele foi levado para o Hospital Santo Amaro, onde passou por uma cirurgia. Segundo colegas da PF, o quadro dele é estável. Dois suspeitos foram presos com uma submetralhadora, uma pistola, drogas e dinheiro.
Nascido na Bahia, Thiago Selling tem 40 anos e é descrito por colegas como um policial “vibrante” e muito atuante nas operações de rua da PF e na direção do sindicato da categoria. Antes de se tornar delegado, há cerca de 10 anos, ele já era escrivão da Polícia Federal e trabalhou em Belém, no Pará, até chegar a São Paulo, em 2018.
Nos últimos meses, ele dividiu com colegas a ansiedade de se tornar pai. A mulher do policial está grávida de uma menina e foi até o Guarujá nesta terça-feira para acompanhar os exames e a cirurgia do marido, que teve de ser intubado por causa da pressão craniana provocada pelo ferimento. O chá de bebê estava previsto para o fim deste mês.
A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol) emitiu uma nota de “repúdio ao ataque sofrido pelo delegado” da PF, classificado como “ato de violência covarde”.
“Essa ação criminosa evidencia a gravidade da situação enfrentada pelas forças de segurança em nosso país. A guerra entre milícias e facções do crime organizado coloca em risco constante a segurança pública, o que requer uma resposta vigorosa e eficiente por parte do Estado”, diz a Adepol.
Guerra no litoral
A ação envolvendo o delegado da PF ocorre em meio a uma megaoperação deflagrada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) no litoral sul paulista, após o assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, de 30 anos, das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), a tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo.
O PM foi morto no dia 27 de julho, no Guarujá, atingido por uma disparo de 9 milímetros na região do tórax, dentro da viatura, enquanto fazia patrulhamento com outros quatro policiais na periferia da cidade. Após o episódio, ao menos 16 suspeitos foram mortos em supostas trocas de tiro com policiais. Mais de 360 pessoas foram presas e 800 quilos de drogas apreendidos em duas semanas de operação.