Furto de armas: Exército solta parte da tropa e 160 ficam aquartelados
Segundo Comando Militar do Sudeste, situação no Exército passou de “estado de prontidão” para “sobreaviso”
atualizado
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São Paulo – O Comando Militar do Sudeste (CMSE) informou na noite desta terça-feira (17/10) que liberou a maior parte da tropa que estava aquartelada após o furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Cerca de 160 militares continuam sem poder voltar para casa.
Conforme revelou o Metrópoles, 13 metralhadoras calibre ponto 50, capazes de derrubar aeronaves, e 8 de calibre 7,62 foram furtadas por criminosos ainda não identificados na quarta-feira (11/10).
Desde então, cerca de 480 militares eram mantidos no quartel para a apuração do caso. Com o avanço da investigação interna, 320 militares foram liberados uma semana após o desvio das armas.
Segundo o CMSE, a situação agora passou de “estado de prontidão” para “sobreaviso”. “O que significa uma redução do efetivo da tropa aquartelada”, afirma o comunicado do Exército. “A investigação segue em curso e está sob sigilo”, diz a nota do Comando Militar.
Demora
Na segunda (16/10), o Metrópoles ouviu parentes dos militares aquartelados que reclamaram da falta de notícias e da demora para liberar a tropa.
O aquartelamento foi decidido pelo Comando Militar do Sudeste para averiguação durante o procedimento administrativo do Exército. O objetivo da medida é colher depoimentos dos militares sobre o furto.
“Ele está preso desde quarta-feira. Eu e toda a família estamos ansiosos e preocupados”, afirmou a mulher de um militar, na ocasião. “Só consigo falar com ele durante dois minutos por dia, por meio de um telefone fixo do quartel.”
Segundo ela, no quartel, ninguém daria qualquer informação sobre as investigações e a possível liberação dos militares que não tiveram envolvimento com o furto. “Até quando eles vão ficar presos? Todos têm suas vidas e responsabilidades aqui fora.”
Armamento “inservível”
Segundo o Comando Militar do Sudeste, as metralhadoras furtadas eram “inservíveis” e “estavam no Arsenal, que é uma unidade técnica de manutenção, responsável também para iniciar o processo desfazimento e destruição dos armamentos que tenham sua reparação inviabilizada”.
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que as polícias paulistas estão empenhadas para evitar “consequências catastróficas” do furto de 13 armas antiaéreas.
O furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra do Exército é o maior desvio de armas registrado pelas Forças Armadas desde 2009, segundo levantamento do Instituto Sou da Paz.