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Furto de armas: chefe do Arsenal de Guerra será exonerado, diz general

Chefe do Comando Militar do Sudeste afirma que os militares temporários envolvidos com o furto das 21 armas serão expulsos

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Imagem colorida mostra o General de Brigada Maurício Vieira Gama, Chefe do Estado-Maior do CMSE, um homem branco, vestido com uniforme do exército, com vários microfones à sua frente - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra o General de Brigada Maurício Vieira Gama, Chefe do Estado-Maior do CMSE, um homem branco, vestido com uniforme do exército, com vários microfones à sua frente - Metrópoles - Foto: Felipe Resk/Metrópoles

São Paulo – O diretor do Arsenal de Guerra do Exército, em Barueri, na Grande São Paulo, o tenente-coronel Batista, vai ser exonerado do cargo após o furto de 21 armas registrado em setembro.

A informação foi confirmada na noite desta quinta-feira (19/10) pelo general de Brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado Maior, do Comando Militar do Sudeste (CMSE).

Também segundo o general, o militares temporários envolvidos com o desvio do armamento serão expulsos da tropa. Já os militares de carreira responderão a conselhos de punição.

Ainda não há certeza sobre a data do furto. A investigação interna do Exército mostra que as armas foram desviadas entre os dias 5 e 8 de setembro.

O cadeado e o lacre do local onde o armamento estava armazenado foram trocados pelos criminosos. Na investigação, o Exercito analisa as câmeras de segurança e os croquis do Arsenal de Guerra, para entender a dinâmica do crime, ainda não revelada.

Nesta tarde, oito armas foram recuperadas no Rio de Janeiro, sendo quatro metralhadoras calibre ponto 50.

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Furto de armas

O furto foi revelado pelo Metrópoles na semana passada. Os criminosos levaram 13 metralhadoras calibre ponto 50, capazes de derrubar aeronaves, e oito calibre 7,62.

As armas tinham sido deixadas em uma Agrale Marruá, que estava estacionada na garagem do quartel do Comando Militar do Sudeste. O armamento teria sido utilizado na Operação Agulhas Negras 2023, treinamento realizado no Vale do Paraíba entre os dias 18 e 29 de setembro.

Por causa do desvio das armas, cerca de 480 militares ficaram aquartelados para investigação interna desde o último dia 11. O isolamento contribuiu para que o comando conseguisse ouvir depoimentos e afunilar o número de possíveis envolvidos no crime. A maioria da tropa foi liberada na terça-feira (17/10).

Parte do armamento furtado é capaz de derrubar helicópteros e aviões sem blindagem e atingir alvos a uma distância de até 2 quilômetros. Vídeo (veja abaixo) mostra metralhadora ponto 50 em uso.

 

Maior desvio desde 2009

Levantamento do Instituto Sou da Paz mostra que o furto das armas no Arsenal de Guerra do Exército, em Barueri, foi o maior desvio de armas registrado pelas Forças Armadas desde 2009.

Até então, o maior registro de desvio de armas era em março daquele ano, início da série histórica do Sou da Paz. Na ocasião, sete fuzis foram levados do 6º Batalhão de Infantaria Leve, em Caçapava, também em São Paulo. Os armamentos foram recuperados depois.

O levantamento também mostra que 27 armas do Exército Brasileiro foram desviadas, ao todo, no período entre 2015 e 2020. Nesse recorte temporal, o Amazonas é o estado com o maior sumiço (10 armas), seguido do Rio de Janeiro (cinco) e Roraima (três).

No mesmo período, a Marinha teve 21 armas desviadas e a Aeronáutica, seis.

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