metropoles.com

“Fuga”: Justiça nega transferência do braço direito de Marcola para SP

TJSP determina permanência de Fuminho no DF, sob justificativa de evitar o risco de fuga e manter a ordem no sistema carcerário paulista

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho
1 de 1 Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho - Foto: Reprodução

São Paulo – O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou que Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, não seja transferido do Presídio Federal de Brasília (DF) para o sistema carcerário paulista.

Apontado como braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), Fuminho foi preso em abril de 2020, em Moçambique, após permanecer foragido da Justiça durante 21 anos.

O pedido para que ele permaneça no sistema penitenciário federal foi feito pessoalmente pelo titular da Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo (SAP-SP), Marcelo Streifinger.

A solicitação do secretário surgiu diante da possibilidade de transferência do criminoso para São Paulo, após o juiz-corregedor substituto da Penitenciária de Brasília, Frederico Botelho de Barros Viana, determinar que Fuminho cumprisse pena, no semiaberto, no sistema carcerário paulista.

4 imagens
Fuminho, líder do PCC, é preso em Moçambique
Fuminho ficara no Paraná até ser transferido para outra unidade
1 de 4

Fuminho, líder do PCC, é preso em Moçambique

Imagem cedida ao Metrópoles
2 de 4

Fuminho, líder do PCC, é preso em Moçambique

Imagem cedida ao Metrópoles
3 de 4

4 de 4

Fuminho ficara no Paraná até ser transferido para outra unidade

Imagem cedida ao Metrópoles

 

Em seu pedido, Marcelo Streifinger ressalta o fato de que Fuminho integra a cúpula da maior facção criminosa do Brasil – que, entre suas ações, “planeja resgate de presos”. As ações previstas pelo grupo “ocasionam subversão da ordem e segurança interna, e colocam em risco a segurança pública”, destaca o magistrado.

“Retaliação”

Na decisão assinada pelo juiz Hélio Narvaez e obtida pelo Metrópoles, ele afirma que o Estado “não pode deixar de agir diante de possível retaliação de organização criminosa”. Com base nisso e na avaliação de documentos enviados pela SAP, o magistrado concluiu ser necessária a permanência do parceiro de Marcola no presídio federal.

“Comprovada sua participação em organização criminosa, bem como plano de fuga, admite-se a necessidade e determinam-se as providências próprias à permanência emergencial do representado, em estabelecimento penal federal de segurança máxima, no interesse da segurança pública do Estado de São Paulo”, destaca.

Hélio Narvaez ainda pontua que a permanência de Fuminho em um presídio de segurança máxima é “imprescindível à garantia da ordem, disciplina e da segurança” do sistema prisional paulista.

A decisão foi remetida à SAP e ao Departamento Penitenciário Federal na segunda-feira (14/10).

Habeas corpus falso

O empresário Sandro Moretti, de 49 anos, foi preso em Presidente Prudente, no interior paulista, em junho, suspeito de tentar enganar a Justiça para soltar Fuminho.

Sandro e dois comparsas foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) em 10 de junho. Segundo a promotoria, o trio foi responsável por falsificar a assinatura de uma desembargadora do TJSP e apresentar uma decisão falsa que concedia habeas corpus para o narcotraficante aliado de Marcola.

O documento fraudado foi incluído no processo em 15 de dezembro de 2022. Na ocasião, o sócio de Marcola havia sido condenado como responsável por um carregamento de armamento pesado, 8 Kg de maconha e 450 Kg de cocaína, apreendido na Grande São Paulo. A pena foi de 26 anos e 11 meses de prisão.

O suposto HC, emitido às vésperas do recesso judiciário, despertou a desconfiança de uma servidora do TJSP. O golpe foi descoberto antes de a falsa ordem de soltura de Fuminho ser cumprida.

Quem é Fuminho

Investigações sobre o PCC apontam que Fuminho tem ligações com a ‘Ndrangheta, a máfia da Calábria, na Itália, e controlava parte do esquema para escoar cocaína para a Europa a partir do Porto de Santos, no litoral paulista.

Segundo investigadores, o narcotraficante mantém relação próxima com Marcola, de quem é amigo de infância, e esteve diretamente envolvido no plano cinematográfico para resgatar o chefão do PCC da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, em 2018.

À época, o MPSP levantou que o criminoso havia formado um exército de homens treinados em suas fazendas na Bolívia e contava até com soldados africanos, experts em armas pesadas.

O narcotraficante foi denunciado, ainda, de ser o mandante das execuções Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, integrantes da mais alta cúpula do PCC, que foram vítimas de uma emboscada em Aquiraz, na Grande Fortaleza, em fevereiro de 2018. O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), no entanto, o absolveu dessa acusação.

 

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?