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“Fuga da fauna”: MP tenta barrar festival de música eletrônica em parque de SP

Piknic Életronik, um dos principais festivais de música eletrônica do mundo, tem previsão de 12 horas de duração e estima 3 mil pessoas

atualizado

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Piknic Életronik
1 de 1 Piknic Életronik - Foto: Divulgação

São Paulo – A estreia de um dos principais festivais de música eletrônica do mundo em São Paulo, marcada para o próximo sábado (4/3), virou uma dor de cabeça para seus organizadores. O Piknic Életronik buscava um parque onde pudesse “propor uma experiência única” e criar um “ambiente familiar”, mas já lida com a possibilidade de ter que alterar o local do evento pela segunda vez.

Inicialmente, a festa de 12 horas de duração e com capacidade para 3 mil pessoas seria no Jardim Botânico, área de preservação ambiental, na região do Jabaquara, zona sul da capital. No entanto, uma denúncia enviada ao Ministério Público (MPSP) e um abaixo-assinado exigindo a mudança de local levaram o evento a buscar um novo espaço: o Parque Ibirapuera, também na zona sul.

A organização disse que a decisão visou “não gerar ruídos” em sua chegada ao Brasil. Mas, agora, quem faz barulho é a Promotoria do Meio Ambiente da capital, que a menos de uma semana do evento recomendou que o Ibirapuera impeça a realização do festival no principal parque da cidade.

Questão ambiental

O festival argumentou que a busca pelo Jardim Botânico tinha o “propósito de despertar no visitante o respeito e a importância a natureza, suas causas e valores”, embora a questão ambiental seja a razão pela qual o evento tem sido criticado.

O deputado estadual Carlos Giannazi (Psol), responsável pela denúncia enviada ao MP, argumentou que os eventos privados realizados no Jardim Botânico “são [do tipo] que não causam ruídos altos, como casamentos, festas, concertos de música clássica ou com volume moderado, nenhum destes com duração como a prevista, de 12 horas”.

Em nota, o Piknic Életronik disse que não se trata “de um festa ‘rave’ e que o uso da área natural e seus resultados será realizado com total segurança ao patrimônio vegetal e arquitetônico”. Além disso, acrescentou que a organização segue as diretrizes da Polícia Militar para eventos no local.

Na semana seguinte ao Carnaval, que levou milhares de foliões para blocos no Ibirapuera, o promotor Fernando Bolque afirmou que “eventos na área vêm causando fuga de fauna do local e propagação de ruídos em bairros vizinhos”.

Já realizado em grandes cidades estrangeiras, como Barcelona (Espanha), Melbourne (Austrália), Miami (Estados Unidos), Montreal (Canadá), Paris (França) e Santiago (Chile), o Piknic Életronik agora aguarda a resposta do Ibirapuera para saber se poderá prosseguir com as festividades em São Paulo.

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