Frei David denuncia ter sofrido racismo em abordagem da PM de SP
Frei David, diretor da Educafro e um dos principais nomes do movimento negro, denuncia ter sofrido racismo em abordagem da PM de SP
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Diretor da Educafro, Frei David denuncia ter sofrido racismo durante uma ação da Polícia Militar (PM), no centro de São Paulo, na noite de domingo (18/12). Segundo afirma, ao filmar uma abordagem a um morador de rua, os policiais teriam tentado intimidá-lo e chegaram a sugerir que ele estaria com celular roubado.
Frade franciscano e um dos principais nomes do movimento negro no Brasil, Frei David relata que decidiu filmar a ação de PMs após ver um grupo “encurralando um morador de rua”, próximo ao Theatro Municipal. O caso aconteceu por volta das 18h30.
Abordagem
Incomodados, os policiais militares teriam se voltado contra Frei David, o encarado “de forma hostil” e tentado impedir a gravação, de acordo com a denúncia. “Coloque as mãos para trás e não fale”, teria dito um dos agentes.
Mesmo depois de liberar o morador de rua, a abordagem ao frade continuou. Os agentes teriam ordenado que ele entregasse os documentos e até o código do celular. “Insatisfeitos, os policiais exigiram que o requerente informasse a IMEI do seu smartphone, tentando insinuar que era um ladrão de celular”, relata.
Racismo
A ocorrência foi informada à Ouvidoria das Polícias e ao Ministério Público de São Paulo, órgão responsável por fazer o controle externo das corporações. “A abordagem policial ao requerente teve unicamente o objetivo de intimidá-lo”, diz a denúncia do frade.
“O requerente se perguntou se a suspeita dos policiais se fundou no fato de ser negro e estar filmando a abordagem de um morador de rua branco. Se se tratasse de um branco rico iriam abordá-lo como abordaram o requerente?”
Em nota, a PM afirma que aguarda a denúncia ser relatada oficialmente à corporação. “Uma vez formalizada, terá todas as circunstâncias apuradas por meio da Corregedoria da Instituição”, diz.