Fotógrafa morta: clínica é fechada e Conselho investiga biomédica
Clínica onde Roberta Correa faria endolaser não tinha autorização para realizar procedimentos estéticos; enterro acontece nesta segunda
atualizado
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São Paulo — A clínica onde a fotógrafa Roberta Correa, de 44 anos, teve complicações após tomar anestesia não tinha autorização para realizar procedimentos estéticos, segundo a Prefeitura de Cosmópolis, no interior de São Paulo. Ela morreu na última sexta-feira (13/10).
Na quarta-feira (11/10), a Vigilância Sanitária Municipal fechou a clínica. Segundo o órgão, “constatou-se a ausência de autorização e liberação sanitária dos procedimentos estéticos que vinham sendo realizados no estabelecimento comercial”.
Roberta seria submetida a um procedimento com endolaser, técnica para remoção de gordura localizada, e passou mal logo após receber a anestesia, segundo a família. Ela foi socorrida na Santa Casa de Misericórdia na tarde de segunda-feira (9/10), onde ficou internada por cinco dias.
Profissionais investigadas
O Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região informou que iniciará uma sindicância interna para apurar supostas infrações cometidas no procedimento estético realizado na fotógrafa.
Em nota, o órgão disse que a profissional Vanuza de Aguilar Takata, responsável pelo procedimento, “é biomédica regularmente inscrita nesta autarquia”. Segundo a biomédica, não foi ela quem aplicou a anestesia, e o procedimento nem sequer foi realizado.
Em relação à profissional que aplicou a anestesia, o conselho afirmou que não dispõe de qualquer informação por parte das autoridades e ainda não sabe se ela possui formação em biomedicina. “Em havendo a confirmação, será aberta a sindicância interna.”
Família questiona conduta
Paola Eliza Lück de Paula, prima de Roberta, afirmou que a clínica continuou com o procedimento mesmo após a fotógrafa alegar mal-estar.
“Ela começou a sentir calafrio e, pelo que a gente sabe, a esteticista falou que era normal”, disse a prima de Roberta. “Começou o procedimento e, logo depois, acredito que sentindo dores ou convulsionando, ela pediu para parar.”
O caso é investigado pela Delegacia de Cosmópolis como suspeita de homicídio culposo.
Enterro da fotógrafa
Paola Eliza afirmou, ainda, que a família aguarda o resultado do laudo para tentar entender se houve negligência.
“Não tem nem como explicar como a gente está se sentindo. É muito triste saber que uma vida se foi por uma situação tão banal, tão boba. É isso o que a gente quer entender. Foi negligência? Foi imprudência? Foi falta de socorro no momento certo? A gente está esperando o laudo”, diz a mulher.
O corpo de Roberta Correa está sendo velado nesta segunda-feira (16/10) em Cosmópolis. O sepultamento está previsto para as 14h.